quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Dodge diz que decisão do STF sobre improbidade pode dificultar combate à corrupção

POR Jornal Somos | 07/08/2018
Dodge diz que decisão do STF sobre improbidade pode dificultar combate à corrupção

Redação Jornal Somos

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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta segunda-feira (6) que o STF (Supremo Tribunal Federal) pode dificultar o combate à corrupção se mantiver a maioria formada no julgamento sobre a prescrição de ações para garantir o ressarcimento aos cofres públicos do prejuízo causado por agentes públicos em atos de improbidade.

O julgamento da questão foi interrompido na última quinta-feira (2), no STF, com maioria de 6 votos a 2 , entre os 11 ministros, a favor da tese de que as ações para ressarcimento do prejuízo ao poder público prescrevem em cinco anos.

 

Ou seja, após esse prazo, contado a partir do conhecimento da irregularidade, os agentes públicos, como servidores públicos e políticos, não estariam mais sujeitos a serem obrigados pela Justiça a reparar o dano provocado, por exemplo, por meio da devolução da quantia de dinheiro público desviado.

"Este julgamento terá enorme impacto negativo na defesa do patrimônio público, caso prevaleça a regra da prescrição, justamente em um momento em que a sociedade anseia por uma virada de paradigma na consolidação dos instrumentos de defesa do interesse público, da probidade e do efetivo combate à corrupção em nosso país", disse Dodge.

 

Para a chefe da PGR (Procuradoria-Geral da República), a complexidade dos esquemas de corrupção torna curto o prazo de cinco anos para a prescrição desse tipo de ação.

"O limite temporal de cinco anos para o ressarcimento do dano causado ao erário pelo agente público e terceiros condenados por corrupção enseja o enriquecimento ilícito em detrimento da administração pública, sobretudo porque quando a corrupção é sucedida por atos de lavagem e de desvio de dinheiro, que dificultam o conhecimento do fato, o acesso à prova do ilícito e, sobretudo, a identificação dos envolvidos, executores e mandantes", afirmou Dodge.

 

O julgamento dessa ação será retomado pelo STF amanhã (8). Apenas três dos onze ministros do tribunal ainda não votaram. Em tese, os ministros podem ajustar ou modificar o voto até a conclusão do julgamento.

A procuradora-geral fez as afirmações durante sua fala na abertura de um evento sobre cooperação internacional no combate à corrupção, que reuniu na sede da PGR, em Brasília, integrantes dos Ministérios Públicos de países ibero-americanos.

 

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