quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Segundo documentos enviados pelo Ministério das Relações Exteriores à CPI da Covid, o Brasil reduziu à metade a quantidade de doses de vacinas a serem recebidas por meio da Covax Facility.
A Covax é uma aliança global formada por mais de 150 países, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e criada para impulsionar o desenvolvimento e a distribuição de vacinas contra a Covid.
De acordo com os documentos, em agosto o governo optou por doses para imunizar 20% da população. No entanto, em setembro esse percentual foi reduzido para 10%.
O Covax permitia a compra pelos países de vacinas para até 50% de suas populações. O Brasil, no entanto, escolheu a cota de 10%, a mínima oferecida pelo consórcio.
Segundo o consórcio de veículos da imprensa, baseado em dados das secretarias estaduais de Saúde, 20% da população brasileira tomou a primeira dose da vacina até as 20h18 desta segunda-feira (24); 9,8% da população tomou a segunda dose.
Os documentos
De acordo com os documentos enviados pelo Itamaraty à CPI da Covid, aos quais a TV Globo teve acesso no dia 31 de agosto de 2020, o ministério afirmou:"O governo brasileiro deverá optar pela opção do 'Optional Purchase', com cobertura de 20% da população."
Este documento estava escrito em inglês e afirmava que o Brasil faria um Modelo de Compra Opcional, onde poderia optar pela vacina que gostaria de receber, mantendo a capacidade de receber a cota total de doses. "Queremos obter, por meio do mecanismo, opções suficientes para cobrir 20% de nossa população", dizia o documento.
No entanto, em 25 de setembro, houve um novo comunicado informando que a minuta do contrato havia sido atualizada: "Para adaptá-la ao interesse do Brasil em adquirir número de doses necessárias para imunização de 10% de sua população por meio da iniciativa (e não mais os 20% tentativamente assinalados no 'confirmation of intent' de 31/8)".
Em outubro, o governo brasileiro anunciou que o país receberia 42 milhões de doses através do consórcio, quantidade suficiente para imunizar 10% da população com as duas doses.
CPI da Covid
Uma das pautas de investigação da CPI da Covid é o atraso nas negociações por vacinas. De acordo com a Pfizer o governo brasileiro ignorou ao menos cinco ofertas de imunizantes.
O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou em depoimento à CPI que o Brasil optou por comprar a quantidade mínima de doses da Covax porque, em sua opinião, o contrato apresentava “riscos”.
Com informações do G1
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