quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O documento oficial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto ao descumprimento das regras sanitárias impostas para o jogo Brasil x Argentina pelas eliminatórias da Copa do Mundo evidencia que o membro da delegação argentina, Fernando Ariel Batista, falsificou as documentações referentes aos quatro jogadores que haviam passado pelo Reino Unido e, sendo assim, deveriam cumprir quarentena em território brasileiro, uma vez que não consta essa informação nas declarações sanitárias por ele preenchidas.
Devido ao descumprimento dos ordenamentos sanitários contra a Covid-19, agentes da Polícia Federal (PF) e da Anvisa precisaram entrar no campo da Neo Química Arena, em São Paulo, neste domingo (5), e paralisar a partida aos seus 5 minutos para retirar os quatro jogadores argentinos (Emiliano Martínez, Buendía, Cristian Romero e Giovani Lo Celso) que não se submeteram aos protocolos corretos, que no caso deles, envolvia o cumprimento de uma quarentena.
Após a paralisação e entrada da Anvisa em campo, a partida foi suspensa pelo árbitro. A Conmebol anunciou a suspensão, por meio de suas redes sociais, bem como informou que a decisão final sobre o jogo, sobre nova data e outros detalhes, ficará sob responsabilidade da Fifa, que receberá, por meio de sua comissão disciplinar, um informe enviado pelo árbitro e pelo comissário da partida.
Esclarecimento da Anvisa
O documento da Anvisa demonstra que a agência tomou conhecimento do rumor da ocorrência na sexta-feira (3), sendo iniciadas as investigações a partir da confirmação da falsificação dos documentos pelo membro da delegação argentina. Diante da situação, foram contatadas as autoridades sanitárias do estado de São Paulo e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em uma reunião, no sábado (4).
A Agência explica, em seu documento, que a CBF repassou a informação quanto ao descumprimento sanitário à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e à delegação argentina, que também receberam a orientação de que os quatro jogadores deveriam permanecer em seus quartos e não poderiam participar do treino de sábado (4).
Além dessas orientações e notificações, a vigilância em saúde de São Paulo ainda realizou uma reunião, também no sábado, com os representantes da Conmebol, CBF, Delegação da Argentina, equipe técnica do Ministério da Saúde, Ministro da Saúde em exercício e equipe técnica da Vigilância Epidemiológica e Sanitária e a Coordenadora de Controle de Doenças do estado de São Paulo.
Nessa reunião, foi sugerido para a Argentina e a Conmebol que formalizassem um requerimento de excepcionalidade para que os jogadores em descumprimento com as regras sanitárias treinassem no sábado e jogassem no domingo, pedido, este, que deveria ser feito com urgência máxima, para ser possível a análise da documentação antes da realização do jogo. Entretanto, apesar disso, o requerimento não foi feito.
Repercussão internacional
Para o portal argentino “Olé”, o ocorrido foi um “Papelão mundial brasileiro”, conforme destacou sua manchete, que ainda chamou o episódio de “escândalo total” ao dizer que “membros de saúde se meteram no campo para deter jogadores da Premier League (liga inglesa)”.
Na Europa, o jornal espanhol “Marca” também classificou o acontecimento como um “escândalo”, enquanto a BBC julgou a paralisação da partida como uma “intervenção dramática” e o italiano “Gazzetta dello Sport” considerou a ocorrência como “inacreditável”.
(Com informações do G1 – Blog do Octavio Guedes – e do O Globo)
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