quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Brasil

Dívida Pública sobe 1,62% em outubro e supera R$ 8,2 trilhões

POR Marcos Paulo dos Santos | 27/11/2025
Dívida Pública sobe 1,62% em outubro e supera R$ 8,2 trilhões
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A Dívida Pública Federal (DPF) voltou a crescer em outubro e alcançou R$ 8,253 trilhões, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Tesouro Nacional. O montante representa alta de 1,62% em relação a setembro, quando o estoque estava em R$ 8,122 trilhões.

 

Com esse avanço, a dívida segue aproximando-se da projeção do Plano Anual de Financiamento (PAF), que prevê encerramento de 2025 entre R$ 8,5 trilhões e R$ 8,8 trilhões.

 

A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi) também aumentou, passando de R$ 7,82 trilhões para R$ 7,948 trilhões, uma alta de 0,31%. O Tesouro emitiu R$ 41,38 bilhões a mais do que resgatou, principalmente em títulos atrelados à taxa Selic. Somaram-se a isso R$ 85,23 bilhões de apropriação de juros — mecanismo que incorpora ao estoque da dívida a correção mensal dos títulos, pressionada pela Selic de 15% ao ano.

 

Em outubro, o Tesouro emitiu R$ 162,59 bilhões em títulos da dívida interna, enquanto os resgates somaram R$ 119,86 bilhões, mesmo com um volume expressivo de vencimentos de papéis prefixados.

 

A dívida externa também cresceu 1,17%, alcançando R$ 305,06 bilhões, influenciada pela valorização de 1,24% do dólar diante de tensões entre o governo Donald Trump e a China.

 

🔸 Colchão da dívida volta a subir

 

O colchão da dívida — reserva financeira usada para períodos de instabilidade — aumentou de R$ 1,032 trilhão para R$ 1,048 trilhão. A alta foi impulsionada pela emissão líquida positiva no mês. Essa reserva cobre atualmente 8,81 meses de vencimentos, sendo que R$ 1,434 trilhão vencem nos próximos 12 meses.

 

🔸 Composição dos títulos

 

 

O aumento de emissões atreladas à Selic alterou o perfil da dívida de setembro para outubro:

 

  • Selic: de 47,47% para 48,19%
  • Inflação: de 26,81% para 26,68%
  • Prefixados: de 22,02% para 21,44%
  • Câmbio: de 3,7% para 3,68%

 

As metas do PAF para o ano permanecem:

 

  • Selic: 48% a 52%
  • Inflação: 24% a 28%
  • Prefixados: 19% a 23%
  • Câmbio: 3% a 7%

 

Em cenários de instabilidade, títulos prefixados — que oferecem maior previsibilidade — perdem espaço porque os investidores pedem juros mais altos. Já os papéis atrelados à Selic ganham força com o ciclo de alta da taxa básica.

 

🔸 Prazo médio e detentores

 

O prazo médio da DPF caiu levemente de 4,16 para 4,14 anos. Quanto maior esse prazo, maior a confiança no governo para honrar compromissos futuros.

 

A composição dos detentores da dívida interna ficou assim:

 

  • Instituições financeiras: 32,21%
  • Fundos de pensão: 22,97%
  • Fundos de investimento: 21,21%
  • Estrangeiros: 10,46%
  • Demais grupos: 13,2%

 

Mesmo com tensões no mercado, a participação de investidores estrangeiros subiu em relação a setembro (10,19%).

 

A dívida pública é uma forma de o governo captar recursos junto ao mercado para financiar seus compromissos, devolvendo-os no futuro com correção baseada na Selic, na inflação, no dólar ou em taxas prefixadas.

 

Com informações de Agência Brasil.

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