quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Desafio de rasteira que tem circulado em redes sociais pode provocar lesões no cérebro

POR Jornal Somos | 13/02/2020
Desafio de rasteira que tem circulado em redes sociais pode provocar lesões no cérebro

Redação Jornal Somos

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Alguns vídeos têm circulado na internet de “brincadeira” em que adolescentes dão rasteira em colegas e tem preocupado pais, educadores e médicos. No desafio, dois jovens se posicionam ao lado de um colega que deve pular. Em sequência o mesmo recebe uma rasteira para que caia. O risco é a possibilidade de um traumatismo craniano. De acordo com especialistas, o impacto pode causar danos no cérebro e na coluna.

 

Uma jovem de 16 anos morreu em novembro de 2019 ao participar da brincadeira. Esse caso aconteceu em Mossoró (RN). Com a circulação dos vídeos, o tema voltou à tona na cidade onde Emanuela Medeiros da Costa, aluna do 9.º ano da Escola Municipal Antônio Fagundes, morreu.

 

Segundo a prefeitura da cidade, a jovem teve traumatismo craniano e chegou a ser socorrida, porém não resistiu. A família da adolescente e os colegas que participaram do desafio receberam assistência psicológica e social do município.

 

Riscos

João Paulo Bergamaschi, ortopedista especialista em cirurgia da coluna e coordenador da pós-graduação em cirurgia endoscópica de coluna na Universidade de São Paulo (USP) fala sobre os jovens não terem noção dos riscos. “As pessoas que idealizaram não se atentaram à gravidade. É uma brincadeira que pode levar à morte, tanto que vitimou a adolescente no Rio Grande do Norte. O risco principal é para a cabeça. Quando se cai de costas, a cabeça fica muito exposta a ter um trauma direto, no crânio ou uma lesão interna.”

 

A coluna também pode ser afetada, embora o risco seja maior para pessoas mais velhas. “O movimento de ‘chicote’ (vai e vem) no pescoço pode causar um dano irreversível na coluna vertebral, deixar o indivíduo paraplégico”, diz ele.

 

O Coordenador do Departamento de Neurologia Pediátrica do Sabará Hospital Infantil, Carlos Takeuchi explica que a forma que a pessoa cai é diferente.”Quando a gente tropeça, pode bater a cabeça, mas tem o reflexo de defesa, de colocar a mão (para se proteger). [Nessa brincadeira], a pessoa cai sem defesa. Ela vai ter a queda um pouco acima da própria altura. Um adolescente de 1,60 metro cairá de quase 1,80 metro sem se proteger”.

 

A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) divulgou comunicado explicando sobre os danos causados pelo desafio, leia abaixo:

 

 

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