quinta-feira, 04 de setembro de 2025
No segundo dia do julgamento do chamado “núcleo crucial” da trama golpista, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou, nesta quarta-feira (3), seus argumentos contra as acusações que o ligam aos atos de 8 de Janeiro e a um suposto plano de ruptura institucional. A sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) durou quase quatro horas e será retomada na próxima terça-feira (9), às 9h, com os votos dos ministros.
Os advogados de Bolsonaro, Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, pediram sua absolvição, assim como a de Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. Eles contestaram especialmente a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, apontando contradições, omissões e possível coação no acordo. A defesa também criticou o acesso limitado às provas — mais de 70 terabytes de dados — e afirmou que a rapidez do processo caracterizou cerceamento de defesa.
Segundo Vilardi, não há elementos que vinculem Bolsonaro às operações “Punhal Verde e Amarelo” e “Luneta” ou aos ataques de 8 de Janeiro. Ele ressaltou ainda que o ex-presidente colaborou com a transição de governo em 2022, mantendo diálogo entre os comandantes militares e o então ministro da Defesa nomeado por Lula, além de orientar caminhoneiros a desbloquearem rodovias após as eleições.
As defesas dos outros réus também contestaram as acusações. A de Braga Netto alegou que os documentos apresentados carecem de provas concretas; a de Augusto Heleno criticou a condução da investigação pelo ministro Alexandre de Moraes e negou qualquer pressão sobre militares; já a de Paulo Sérgio Nogueira afirmou que ele atuou para dissuadir Bolsonaro de uma ruptura democrática.
Os advogados reforçaram que os crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República — tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado — não se consumaram, por não haver violência ou grave ameaça.
O julgamento será retomado na próxima semana, quando os ministros apresentarão seus votos, definindo o destino dos acusados. As penas podem chegar a até 43 anos de prisão, de acordo com a PGR.
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