quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

De olho na CPI da Covid

POR Jornal Somos | 29/05/2021
De olho na CPI da  Covid

Redação Jornal Somos

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Há muitos dias se houve falar sobre a chamada "CPI da COVID" e muitos acontecimentos surgiram desde a segunda quinzena de abril, quando foi instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado do Brasil. Uma informação que nem todos talvez tenham: uma CPI é uma investigação conduzida pelo Poder Legislativo, que transforma a Casa Parlamentar em uma comissão, que ouve depoimentos e toma informações, quase sempre atendendo a reclamações do povo.

 

 

Por isso, a CPI da Covid, como é regularmente chamada, deve apurar principalmente as ações ou inações do Governo Federal no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Para isso, os depoimentos das testemunhas já começaram e se tornaram o centro das atenções de todos os brasileiros. Aliás, segundo os meios de comunicação televisivos e da imprensa em geral, nunca se viu tamanho interesse da população em uma Comissão Parlamentar de Inquérito. E para aqueles que não conseguiram acompanhar todos os detalhes de importância, vamos apresentar um resumo.

 

 

A CPI teve início no último dia 27/04 com reuniões e a eleição da mesa. Depois de muita polêmica em torno do nome do relator, que é visto como protagonista, porque por ele é apresentado o parecer sobre a questão tratada pela CPI, ficaram acertados os nomes do senador Omar Aziz do PSD do Amazonas como presidente, do senador Randolfe Rodrigues da REDE do Amapá como vice e do senador Renan Calheiros do MDB de Alagoas, como relator.

 

 

Definida a mesa e os 11 titulares e 7 suplentes, a CPI começou, aqui devemos ressaltar que, entre os 11 senadores titulares, 4 são governistas, dois de oposição e cinco considerados independentes.

 

 

As primeiras testemunhas a depor foram os ex-ministros da Saúde do governo Jair Bolsonaro: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, assim como o atual ministro Marcelo Queiroga. É importante que se diga que, nenhum dos sabatinados nessa primeira fase da CPI é tido como investigado, todos são testemunhas e respondem sobre suas ações (e possíveis inações) ou sobre fatos ocorridos durante sua permanência na pasta do Ministério da Saúde.

 

 

Dando continuidade aos trabalhos e aos depoimentos foram ouvidos também como testemunhas: o presidente da ANVISA, Antônio Barra Torres, o ex-secretário de Comunicação do Governo, Fábio Wajngarten, o gerente geral da Pfizer, Carlos Murillo, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, a secretária de Gestão do trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro e o Diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas.

 

 

Todos os depoimentos foram cercados de muita expectativa, principalmente, é claro, os dos ex e atual ministros da Saúde, e também cercados por muita polêmica gerada pelas falas e perguntas feitas pelos senadores que, mais se colocaram como num embate político do que como meros questionadores.

 

 

Discussões sobre uso de remédios pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sem eficácia comprovada cientificamente, sobre aplicativo criado pelo Ministério da Saúde (e logo tirado do ar) que indicava um tratamento “precoce” para a Covid-19, sobre o atraso na compra de vacinas, sobre o evidente não apoio do Governo Federal à medidas de distanciamento, e as vezes necessário lockdown, sobre aglomerações causadas pelo presidente da República assim como suas declarações desastrosas sobre a China (principal fornecedor mundial de vacinas e insumos) foram a tônica destas primeiras semanas da CPI.

 

 

Até agora foi isso, continuaremos seguindo atentamente os desdobramentos da Comissão que ainda pretende convocar, entre outros, cientistas ligados ao assunto e reconvocar alguns dos depoentes para esclarecimentos sobre informações consideradas até o momento inconclusivas ou até mesmo mentirosas. Vamos aguardar os próximos movimentos de investigações e debates na CPI.

 

 

Texto produzido pela economista e comunicadora Lu Soares e edição de Camilla Paes.

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