quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Na última quinta-feira (15) foi divulgado uma pesquisa do Ipec encomendada pela Unicef que mostra que o Brasil tem mais de uma em cada dez crianças e adolescentes (11%) de 11 a 19 anos fora da escola, isso representa cerca de 2 milhões de brasileiros nessa faixa etária.
Dos que não estão frequentando a escola, quase metade (48%) afirma que deixou de estudar porque “tinha que trabalhar fora”. Outros 30% afirmam ter saído “por não conseguir acompanhar as explicações ou atividades”.
Em seguida, 29% dizem que desistiram pois “a escola não tinha retomado atividades presenciais” e 28% afirmam que “tinham que cuidar de familiares”. Aparecem na lista, também, temas como falta de transporte (18%), gravidez (14%), desafios por ter alguma deficiência (9%), racismo (6%), entre outros.
Na classe AB, o percentual é de 4% e, na classe DE, chegam a 17% – ou seja, quatro vezes maior.
“A gente estimava que antes da pandemia a gente tinha um milhão de alunos fora da escola. Quando chega essa projeção de dois milhões de crianças entre 11 e 19, é muito grave. Até porque, como entrevistamos diretamente os jovens, não ouvimos aqueles de 4 a 10 anos. Então, o número total é maior ainda”, afirma Mônica Dias Pinto, chefe de Educação do Unicef no Brasil.
O levantamento foi realizado em agosto com 1.100 entrevistas presenciais, com autorização dos pais dos respondentes menores de idade.
A evasão é um risco real, entre os estudantes que estão na escola. De acordo com a pesquisa, nos últimos três meses, 21% de quem está na escola pensou em desistir dela. Entre os principais motivos está o fato de não conseguir acompanhar as explicações ou atividades passadas, esse foi o item citado por 50% dos que pensaram em desistir.
“Apesar dos enormes desafios, a maioria dos estudantes está feliz por ter voltado presencialmente para a escola”, diz Mônica.
Por fim, a pesquisa mostra que ainda existem escolas fechadas, apenas com aulas remotas, no País. Enquanto 92% dos estudantes dizem que sua escola só tem aulas presenciais, ainda há 5% que afirmam ter aulas presenciais e remotas, e 3% que tem apenas aulas remotas. A região Norte é a que apresenta o cenário mais desafiador, com apenas 82% das escolas totalmente presenciais e 11% apenas com aulas remotas.
“Não se pode mais aceitar que escolas continuem fechadas no Brasil em meados de 2022. É urgente tomar as medidas necessárias para que cada criança e adolescente possa estar presencialmente na escola, sem exceção”, defende Mônica.
Fontes: Mais Goiás
*Matéria produzida voluntariamente por Eduarda Lima e supervisionada pela jornalista Camilla Paes
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