quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O presidente da CPI, senador Omar Azis (PSD-AM), definiu que a votação do relatório final da investigação da CPI da Covid-19 está marcada para 20 de outubro.
Numa semana repleta de depoimentos marcantes, os senadores tentam finalizar as oitivas e compilar todas as provas que podem levar instituições públicas, instituições privadas, empresários, ministros de Estado e até o próprio governo federal à responderem por diversos crimes em vários âmbitos da Justiça.
A semana começou com o depoimento da advogada Bruna Morato, representante de 12 médicos da Prevent Senior. Na terça-feira (28) a advogada, sob juramento, fez graves acusações ao plano de saúde. Revelou, entre outras coisas, que os médicos não tinham autonomia e que os pacientes recebiam o chamado “Kit Covid” com “receita pronta” para o tratamento da Covid-19. Bruna Morato é responsável por ajudar os médicos a elaborar um dossiê com denúncias envolvendo a empresa. Os representantes da CPI estudam a convocação para a próxima semana de alguns profissionais médicos envolvidos nessas denúncias. Segundo a advogada, no início da pandemia o diretor da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior, tentou se aproximar do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Sem êxito nessa aproximação, a Prevent Senior teria “fechado uma aliança” com um conjunto de médicos que assessoravam o governo federal, “totalmente alinhados com o Ministério da Economia”, entre eles: Nise Yamaguchi e Paulo Zanotto.
Na quarta-feira (29), o empresário Luciano Hang depôs na CPI. Hang é suspeito de financiar a divulgação de notícias falsas, principalmente sobre tratamentos ineficazes contra a Covid-19. O depoimento foi marcado pela irreverência do depoente, confusões e bate-bocas. Ao contrário de muitas sessões das oitivas, na quarta-feira, a bancada governista estava participando “em peso”, numa clara manifestação de apoio ao depoente. Hang afirmou não ser negacionista e que reconhece a gravidade da pandemia, declaração rechaçada veementemente por vídeos e declarações nas redes sociais apresentadas pelos senadores que o interrogavam.
O depoimento da quinta-feira (30), foi do empresário Otávio Fakhoury. Antes mesmo do início da oitiva, o senador Fabiano Contarato (REDE-ES) fez um discurso emocionado, no qual protestou contra uma frase homofóbica, que o ofendia, postada em rede social pelo depoente. Contarato que é homossexual assumido, casado e pai de duas crianças, com o uso de palavras fortes, pediu à Polícia Legislativa que investigue Fakhoury por crime de homofobia. Uma das frases mais marcantes do senador: “Eu aprendi que a orientação sexual não define caráter, a cor da pele não define caráter, o poder aquisitivo não define caráter”.
Otávio Fakhoury, apontado como financiador e disseminador de fake news pela cúpula da CPI da Covid, admitiu ter feito parte da gestão do Instituto Força Brasil, mas que não tinha “poderes deliberativos” e negou também qualquer envolvimento na negociação da vacina Davati Supply. O empresário, durante seu depoimento, usou de muitas informações falsas sobre o número de mortos e contaminados na pandemia após o início da vacinação, negou ter se vacinado, assim como toda sua família e ainda foi acusado, após a divulgação de um vídeo financiado por ele, de fazer propaganda contra o uso máscaras, acessório essencial para evitar a proliferação do coronavírus.
O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (REDE-AP), informou que, a semana que vem deve ser a última de depoimentos na Comissão. Segundo ele, devem ser ouvidos um dos donos da VTCLog na terça-feira, e um dos médicos demitidos pela Prevent Senior na quarta-feira. O senador ainda afirmou que, na semana posterior ao feriado de 12 de outubro, a cúpula da CPI vai trabalhar junto ao relator Renan Calheiros (MDB-AL), no fechamento do relatório final que será submetido à votação.
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