quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

CPI da Covid: últimos depoimentos

POR Lu Soares | 08/10/2021
CPI da Covid: últimos depoimentos

Redação Jornal Somos

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Aproximando-se do seu final, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, ouviu seus últimos depoimentos e está colhendo as informações e documentos probatórios finais para que seja então apresentado e votado seu relatório no próximo dia 20 de outubro.

 

 

Na terça-feira (5) foi ouvido o empresário Raimundo Nonato Brasil, sócio da VTCLog, empresa investigada pela CPI por suspeita de irregularidades em contrato com o Ministério da Saúde quando esse era comandado por Ricardo Barros. Durante o depoimento, senadores apontaram que a empresa celebrou contratos com o Ministério da Saúde, sem licitação, que somaram R$ 300 milhões. Esses contratos, foram firmados entre dezembro de 2016 e abril de 2018, ou seja, na maior parte durante a gestão do deputado e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).

 

 

A VTCLog é hoje responsável pelo armazenamento e distribuição de insumos da saúde, incluindo as vacinas contra a Covid-19. A CPI apura a relação da empresa com o governo, e se houve algum beneficiamento ilícito ao ex-diretor de logística do Ministério, Roberto Ferreira Dias, exonerado em junho após a acusação de cobrar propina para a compra de imunizantes.

 

 

Paulo Rebello, foi o depoente da quarta-feira (6). Ele é o diretor da Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e afirmou à CPI que soube pela Comissão, das denúncias sobre a operadora Prevent Senior. Rebello foi convocado justamente para explicar eventuais ações da ANS diante das graves denúncias de que a operadora utilizou remédios comprovadamente ineficazes em pacientes com Covid e omitiu a doença em atestados de óbito. A versão de Paulo Rebello foi desmentida pela CPI que afirma, baseada em documentos, que a ANS foi avisada em 2020 das denúncias sobre a Prevent. Durante seu depoimento, Rebello anunciou a instauração de uma direção técnica na Prevent Senior. Esta direção não terá poder de gestão, mas acompanhará as atividades da operadora e poderá pedir informações para garantir a manutenção da qualidade assistencial aos usuários.

 

 

Nos depoimentos de quinta-feira (7) foram ouvidos, o médico e ex-colaborador da Prevent Senior, Walter Correa e o advogado Tadeu Andrade, paciente da operadora.

 

 

Os dois foram chamados a falar a respeito de denúncias que pesam sobre a operadora, denúncias essas de que os médicos não teriam autonomia e eram obrigados a prescrever remédios sem comprovação científica de eficácia contra a Covid, testes de protocolos alternativos em pacientes com a doença, omissão de mortes em um estudo em que tentavam validar o uso do Kit Covid, entre outras.

 

 

O médico Walter Correa contou ainda que, em conversas com colegas da instituição, verificava que tratamentos alternativos impostos pela direção, estavam piorando as condições dos pacientes. Já em seu depoimento emocionado, o advogado Tadeu Andrade, atendido pela Prevent quando teve Covid, disse à CPI que médicos da operadora usaram o prontuário de um outro paciente, mais velho e em piores condições de saúde, para tentar convencer sua família a tirá-lo da UTI e enviá-lo aos cuidados paliativos, alegando que o mesmo não tinha mais chances de cura. No início dos sintomas, Tadeu foi atendido em uma tele consulta e recebeu os medicamentos do Kit Covid entregues em casa por um motoboy, para que iniciasse seu tratamento, mesmo sem teste que confirmasse o diagnóstico. Como houve uma piora nos dias seguintes, Tadeu foi internado e intubado já em estado grave.

 

 

Na quinta-feira foi decidido também que o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prestará um novo depoimento, o seu terceiro na CPI no dia 18/10. Queiroga deverá esclarecer o porquê da não resposta aos questionamentos encaminhados a ele pela CPI sobre qual a estratégia do Ministério da Saúde para a vacinação de 2022.

 

 

Em sua reta final, a CPI deverá apresentar seu relatório no dia 19/10 para sua votação em 20/10. Após aprovado, o documento será enviado aos órgãos competentes, iniciando pela Procuradoria Geral da República, para que medidas sejam tomadas contra os indiciados.

 

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