quinta-feira, 18 de abril de 2024

Brasil

CPI da Covid: Semana curta com grande depoimento

POR Jornal Somos | 05/06/2021
CPI da Covid: Semana curta com grande depoimento

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

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Para quem está acompanhando de perto a CPI da Covid, esta última semana, embora mais curta devido ao feriado de Corpus Christi, foi realmente bem movimentada. Dois depoimentos estavam agendados: o primeiro, na terça-feira feira (1/6) da médica oncologista Nise Yamaguchi e na quarta-feira feira (2/6) foi a vez da também médica e infectologista Luana Araújo. Os dois depoimentos foram marcados por muita expectativa e polêmica.

 

 

A Dra Nise Yamaguchi apontada como “conselheira” de um suposto gabinete “paralelo ”ao Ministério da Saúde, é defensora da chamada imunidade de rebanho (por contaminação e não por imunização via vacinas), e também de tratamento precoce para a Covid 19 com uso de fármacos (incluindo-se a cloroquina, hidróxicloroquina e ivermectina).

 

 

Foram exibidos vídeos pelos senadores interlocutores, em que por muitas vezes, a médica defendia essas condutas. A médica negou fazer parte deste assessoramento e disse somente ter aconselhado as autoridades quando convidada a estar em Brasília. Nise Yamaguchi foi duramente questionada pelos senadores independentes e de oposição a ponto do próprio Conselho Federal de Medicina (CFM) sair em defesa da médica em uma moção de repúdio publicada na última quarta-feira (2).

 

 

Mas, se o depoimento de Nise Yamaguchi foi cercado de dúvidas, respostas evasivas e por vezes, falta de argumentos pela depoente, o depoimento da médica infectologista Luana Araújo foi muito esclarecedor. Convidada para o cargo de Secretária de enfrentamento à pandemia do Ministério da Saúde pelo próprio ministro Marcelo Queiroga, a médica nem chegou a ser efetivada no cargo. Seu desligamento motivou sua convocação à CPI, onde se posicionou, com postura firme e serena, contra o uso de fármacos (especialmente a hidróxicloroquina) no tratamento precoce, ou não da Covid 19.

 


A profissional defendeu a Ciência, explicou questões médicas com clareza e rebateu teorias que chamou de “esdrúxulas”, como por exemplo, a da imunidade de rebanho. Luana defendeu o que a Ciência prega como as únicas armas de combate ao novo coronavírus: vacina para todos, testagem em massa, distanciamento social, uso de máscaras e higiene constante das mãos.

 

 

Os senadores posteriormente votaram pautas de convocação de novas testemunhas e ficou previamente acertado o calendário para a próxima semana. O ministro da Saúde Marcelo Queiroga deverá ser ouvido na próxima terça-feira dia 8 em uma reconvocação, vista como necessária pelos senadores que se irritaram com a postura e as respostas não conclusivas do ministro em seu primeiro depoimento e também para prestar esclarecimentos sobre os motivos que levaram o governo federal a aceitar o sediamento da Copa América.

 


No dia seguinte, quarta-feira 9, será a vez de Antônio Élcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde e braço direito do ex-ministro Pazuello. Dia 10, quinta-feira, será interrogado o governador do Amazonas, Wilson Lima do PSC, depoimento esse que deve se concentrar na crise da falta de oxigênio nos hospitais do estado ocorrida em janeiro último. Para o dia 11 está convocado Cláudio Maierovitch, ex-presidente da ANVISA, sanitarista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz.

 

 

Texto produzido pela economista e comunicadora Lu Soares e edição de Camilla Paes.

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