quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

CPI da Covid: Recesso com estudo de documentos

POR Lu Soares | 16/07/2021
CPI da Covid: Recesso com estudo de documentos

Redação Jornal Somos

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Com a decisão de prolongar os trabalhos por mais 90 dias, a CPI da Covid se despede essa semana, voltando após o recesso parlamentar, devendo retornar no próximo dia 3 de agosto.

 

 

A semana foi agitada. A CPI que investiga ações e omissões do governo federal e a destinação de verbas da União para Estados e municípios na pandemia, está buscando provas de prevaricação, de corrupção passiva e ativa, de uso indevido de verbas, de atraso na aquisição de vacinas e, principalmente, respostas para justificar um número tão elevado de mortes por Covid-19 em nosso país.

 

 

Na terça-feira passada (13), a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, decidiu ficar em silencio durante seu depoimento, causando muita irritação aos parlamentares por se recusar até a responder as perguntas mais básicas. Os senadores então recorreram ao STF de onde saiu a decisão de que a depoente deveria responder todas as perguntas que não produzissem provas contra ela mesma.

 

 

O novo depoimento aconteceu então na quarta-feira (14), quando a agora “falante” depoente se apresentou como a responsável pelas negociações da aquisição da vacina COVAXIN, cujo contrato com o governo brasileiro foi firmado em R$ 1,6 bilhão para 20 milhões de doses. A CPI apura supostas pressões do governo para a liberação do imunizante e suspeitas de irregularidades no contrato. A aquisição da vacina acabou suspensa.

 

 

Essa suposta pressão do governo federal para a liberação da COVAXIN contrasta com a demora e a falta de ação dos órgãos da Saúde e do próprio governo em adquirir imunizantes como a vacina da PFIZER e CORONAVAC, já antes liberados pela Anvisa e de uso em larga escala mundialmente. A representante da Precisa admitiu que a empresa não tinha experiência na comercialização de vacinas e não quis responder sobre valores que a Precisa iria receber com a venda da COVAXIN ao governo brasileiro, alegando cláusulas de confidenciabilidade do contrato.

 

 

Na quinta-feira (15), foi a vez do depoimento de Cristiano Carvalho, representante da Davati Medical Supply no Brasil, na condição de testemunha. Carvalho afirmou ter sido alertado pelo policial militar Luís Paulo Dominguetti sobre um pedido de “comissionamento” na compra de vacinas da Astra Zêneca. Cristiano Carvalho afirmou que a proposta de propina partiu do “grupo do Blanco”, que seriam pessoas ligadas ao ex-assessor do Ministério da Saúde Coronel Marcelo Blanco.

 

 

Ainda de acordo com Carvalho, havia dois grupos atuando no Ministério, um deles liderado pelo ex-secretário da pasta, Coronel Élcio Franco, e o outro pelo ex-diretor de logística Roberto Dias. O Coronel Blanco, segundo a testemunha, atuava junto ao grupo de Dias.

 

 

Ao final da sessão, o vice-presidente da CPI, Senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), informou que as sessões da Comissão ficarão suspensas durante o recesso parlamentar, voltando no dia 3 de agosto com mais depoimentos importantes e investigações que auxiliem a confecção do tão esperado relatório final da CPI da Covid-19

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