sexta-feira, 26 de abril de 2024

Brasil

CPI da Covid: As linhas de investigação e o resumo da semana

POR Lu Soares | 20/08/2021
CPI da Covid: As linhas de investigação e o resumo da semana

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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No Senado Federal continuam os trabalhos de uma CPI que já fez mais de mil requerimentos de informações, ouviu 36 pessoas e tem mais de 20 milhões de gigabytes em documentos.

 

 

Enquanto isso, já são mais de 573 mil mortes e 20 milhões de infectados por todo o Brasil.

 

 

São basicamente três as linhas de investigação da CPI que já caminha para sua conclusão: a primeira, apura as consequências do negacionismo do governo federal na evolução da pandemia, com a defesa de medicamentos ineficazes, declarações contra o isolamento social e o uso de máscaras, atraso na negociação de vacinas, talvez apostando numa imunidade de rebanho. A segunda linha de investigação surgiu com a denúncia feita pelo deputado federal Luís Miranda (DEM_DF) e por seu irmão, Luís Ricardo, funcionário do Ministério da Saúde. Essa denúncia aponta irregularidades na aquisição de vacinas por meio de atravessadores. A terceira e última linha de investigação apura a produção de fakenews sobre a Covid-19, quem produziu, quem disseminou, quem lucrou com esse ato, e também, se há a participação do chamado “gabinete paralelo” do ódio nesse esquema.

 

 

Nesta semana a CPI ouviu na terça-feira (17) o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Marques, que foi acusado de ter elaborado um “estudo paralelo” no qual afirmava haver uma supernotificação das mortes por Covid-19. Esse relatório “vazou”, chegou às mãos do presidente Bolsonaro, que divulgou os dados como sendo oficiais e produzidos pelo TCU. O depoente contestou a informação e disse que os dados compilados por ele foram apresentados de maneira adulterada, inclusive usando um papel com a marca do TCU. Marques afirmou não saber quem seria o responsável pela falsificação do documento.

 

 

Também no início da semana, os senadores resolveram suspender a acareação entre o Ministro do Trabalho e Previdência, OnyxLorenzoni e o deputado Luís Miranda. O objetivo da acareação era confrontar a versão de cada um, acerca das notas fiscais internacionais (invoices) da negociação do governo brasileiro pela compra da vacina indiana Covaxin. Os senadores chegaram à conclusão de que haveria pouco resultado prático para a investigação na acareação.

 

 

A CPI ouviu na quarta-feira (18), Túlio Silveira, advogado da Precisa Medicamentos. Apresentado como o representante legal da empresa, o advogado chegou à CPI como testemunha, insistiu em permanecer em silêncio e saiu como investigado. Segundo o relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), “ o silêncio do depoente ecoou como indício de participação em prováveis negociações”, o que resultou no requerimento para sua convocação como investigado. No mesmo dia, a CPI decidiu também, incluir o deputado e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), na lista de investigados.

 

 

Após quatro remarcações, na quinta-feira (19), foi o dia da CPI ouvir o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. Em seu depoimento ele afirmou conhecer o deputado Ricardo Barros mas negou ter pedido qualquer favorecimento em contratos junto ao Ministério da Saúde. O empresário também usou a prerrogativa do silêncio concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em um habeas corpus. Por isso não respondeu à diversas perguntas do relator Renan Calheiros.

 

 

A Precisa está envolvida em suspeitas de irregularidades ao intermediar a compra da vacina Covaxin.

 

 

Na votação de novos requerimentos, também na quinta-feira, o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão, defendeu a quebra de sigilo de blogueirosbolsonaristasaprovada pela maioria dos senadores. Entre os nomes cujos sigilos foram quebrados estão os blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, alvos também de inquéritos no STF sobre fakenews. Também foram quebrados os sigilos fiscais de Ricardo Barros e do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. Nesses pedidos, o relator da CPI, destacou que, Wassef e Barros, “possuem registros de passagens de recursos e/ou relacionamentos comerciais com origem ou destino na empresa Precisa.

 

 

Ainda foi aprovada nesta quinta-feira a quebra do sigilo telemático de perfis em redes sociais que, segundo as investigações prévias, disseminam fakenewsa respeito da pandemia de Covid-19 no Brasil.

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