segunda-feira, 12 de maio de 2025

Correios enfrentam crise: prejuízo bilionário leva à suspensão de férias e trabalho remoto

POR Marcos Paulo dos Santos | 12/05/2025
Correios enfrentam crise: prejuízo bilionário leva à suspensão de férias e trabalho remoto

Foto: Reprodução

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Após registrar um prejuízo histórico de R$ 2,6 bilhões em 2024,quatro vezes maior que o déficit do ano anterior, os Correios anunciaram uma série de medidas rígidas para conter gastos e tentar reverter a crise financeira. Entre as ações estão a suspensão temporária de férias, o fim do trabalho remoto e mudanças na estrutura administrativa da empresa.

 

Medidas para conter prejuízo

 

Em circular enviada aos funcionários, a direção dos Correios destacou que está implementando um plano para ampliar receitas, gerar novos negócios e reduzir despesas. Veja os principais pontos:

 

  • PDV prorrogado: o prazo de adesão ao Programa de Desligamento Voluntário foi estendido até 18 de maio de 2025, mantendo os critérios atuais de elegibilidade.
  • Transferência temporária de funcionários: carteiros e atendentes comerciais poderão ser realocados voluntariamente para centros de tratamento, com o adicional de atividade mais vantajoso.
  • Férias suspensas: a partir de 1º de junho de 2025, os períodos de férias referentes a este ano estão suspensos. A retomada está prevista para janeiro de 2026.
  • Reestruturação na sede: corte mínimo de 20% no orçamento de funções administrativas.
  • Retorno ao presencial: a partir de 23 de junho de 2025, todos os empregados deverão voltar ao regime presencial, exceto os amparados por decisões judiciais.
  • Novos planos de saúde: serão lançados formatos alternativos, com negociação junto aos sindicatos. A economia estimada é de 30%.

 

A direção da empresa reforça que os esforços têm como foco aumentar a eficiência operacional e recuperar a capacidade de investimento. “Estamos diante de um desafio importante: a necessidade de reduzir despesas. Ao mesmo tempo, temos a oportunidade de provar a força e a resiliência da nossa empresa”, afirma a nota interna.

 

Déficit histórico

 

O prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024 é o maior desde 2016, quando a estatal registrou R$ 1,5 bilhão negativos (R$ 2,3 bilhões em valores atualizados). De acordo com os Correios, apenas 15% das mais de 10,6 mil unidades de atendimento fecharam o ano com superávit — o que significa que 85% das agências operam no vermelho.

 

Mesmo assim, a empresa afirma que segue cumprindo sua missão de garantir o acesso universal aos serviços postais em todos os 5.567 municípios do país, com tarifas consideradas justas.

 

Investimentos recentes

 

Apesar da crise, os Correios informaram ter investido R$ 830 milhões apenas em 2024. No total, desde o início da atual gestão, os investimentos somam R$ 1,6 bilhão — incluindo R$ 698 milhões na compra de veículos e R$ 600 milhões em infraestrutura operacional.

 

A estatal destaca que continuará a focar em ações sustentáveis, com compromisso social e ambiental como parte da estratégia para o futuro.

 

Com informações de Metrópoles.

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