segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Brasil

COMPULSÃO POR JOGOS: QUANDO PEDIR AJUDA

POR | 23/01/2025
COMPULSÃO POR JOGOS: QUANDO PEDIR AJUDA

Foto: Ilustração

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O fácil acesso a plataformas de entretenimento tem sido pauta de muitos debates, principalmente quando o tema é o vício em jogos, que já é uma grande realidade. O Brasil tem, em média, dois milhões de viciados em jogos, de acordo com o Departamento de Psiquiatria da USP. Por conta disso, a discussão já chegou à presidência do país. O presidente Lula, em reunião com ministros, foi incisivo ao defender a necessidade de as bets bancarem tratamento de viciados no Brasil. Um levantamento do Instituto Locomotiva indica que 52 milhões de pessoas já apostaram na modalidade ao menos uma vez.

 

É fácil identificar quando você esta ficando dependente dos jogos:

 

Impacto na Saúde Mental: O vício em jogos pode levar ao isolamento social, ansiedade, depressão e, em casos extremos, até pensamentos suicidas. A obsessão com jogos pode prejudicar a capacidade de enfrentar desafios da vida real.

Problemas Financeiros: Muitos jogos envolvem gastos financeiros, seja em compra de jogos, expansões ou microtransações. O descontrole nesses gastos pode resultar em dívidas significativas.

Rendimento Acadêmico e Profissional: A compulsão por jogos pode afetar o desempenho escolar ou profissional, com a queda no rendimento e o aumento das faltas.

Relações Interpessoais: O vício pode causar conflitos familiares e dificuldades nos relacionamentos, uma vez que o indivíduo tende a priorizar os jogos em detrimento de outras atividades sociais.

Reconhecer os sinais de uma compulsão por jogos pode ser desafiador, tanto para os indivíduos quanto para suas famílias. “Esse é um dado extremamente preocupante, porque quem mais gasta com os jogos são pessoas com menos recursos e muitas vezes vulneráveis. E que na expectativa de uma renda extra com os jogos, comprometem seus orçamentos pessoais e chegam a perder, literalmente, o dinheiro do supermercado”, comenta Cristiano Costa, psicólogo clínico e organizacional.

Segundo o especialista, o vício em jogos pode ser comparado a outras dependências comportamentais, como o vício em compras, em telas ou em redes sociais.

Estou viciado quando:

 Preocupação Excessiva com Jogos: O indivíduo pensa constantemente em jogar, mesmo quando está envolvido em outras atividades.

Incapacidade de Reduzir ou Parar: Tentativas repetidas de reduzir o tempo de jogo são frustradas, demonstrando a falta de controle.

Perda de Interesse em Outras Atividades: Hobbies e atividades anteriormente apreciados são abandonados em favor dos jogos.

Mentiras para Encobrir: O indivíduo mente sobre o tempo gasto jogando ou sobre as compras relacionadas aos jogos.

Jogos como Fuga: Uso dos jogos como um meio de escapar de problemas ou para aliviar sentimentos de culpa, ansiedade ou depressão.

Continuação Apesar dos Problemas: Continua jogando mesmo ciente dos problemas significativos causados ou agravados pelo hábito.

 

O papel do apoio profissional e dos familiares é muito importante para ajudar o viciado a deixar o vício.

 

É comum que as pessoas usem os jogos como uma forma de fugir de conflitos internos ou como uma forma de tentar ganhar dinheiro rápido. O problema se agrava quando isso se torna uma compulsão, prejudicando outras áreas da vida e outras pessoas também. “Por isso, é importante buscar auxílio profissional o quanto antes, e, não hesitar em contar com o apoio da família, já que muitas vezes o compulsivo não consegue enxergar o quanto o jogo está afetando sua vida e a família pode ajudar no comprometimento com o tratamento”, conclui o psicólogo.

 

Se você ou alguém que conhece apresenta esses sinais, é crucial buscar ajuda profissional. Terapias comportamentais, grupos de apoio e, em alguns casos, medicação, podem ser eficazes no tratamento da compulsão por jogos. Além disso, estratégias como definir limites de tempo, evitar jogos que envolvam gastos financeiros e buscar atividades alternativas podem ajudar a controlar o vício.

 

A conscientização e a intervenção precoce são fundamentais para combater os perigos da compulsão por jogos e promover um estilo de vida mais equilibrado e saudável.

 

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

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