Um novo comercial da Havaianas tem provocado forte repercussão nas redes sociais e gerado críticas de políticos e militantes de direita, que organizaram protestos e passaram a defender um boicote à marca neste domingo (21).

A polêmica gira em torno da campanha protagonizada pela atriz Fernanda Torres, que ganhou projeção internacional recentemente após o filme “Ainda Estou Aqui”, obra ambientada no período da ditadura militar no Brasil. No vídeo publicitário, a atriz faz uma reflexão sobre o início do próximo ano e afirma que não deseja que as pessoas comecem 2026 com o “pé direito”.

A fala foi interpretada por integrantes da direita como uma provocação de cunho ideológico. No texto encenado, Fernanda Torres diz:
“Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não, não é nada contra a sorte, mas vamos combinar: sorte não depende de você, depende de sorte. O que eu desejo é que você comece o Ano Novo com os dois pés. Os dois pés na porta, os dois pés na estrada, os dois pés na jaca, os dois pés onde você quiser. Vai com tudo, de corpo e alma, da cabeça aos pés”.

Após a veiculação da propaganda, parlamentares ligados ao bolsonarismo passaram a se manifestar publicamente contra a marca. O deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE), vice-líder da Oposição na Câmara, afirmou em uma publicação na rede social X que a campanha teria caráter político e declarou apoio ao boicote, citando marcas concorrentes como alternativa de consumo.

Na mesma linha, o vereador Rubinho Nunes (União-SP) criticou o que chamou de “viés ideológico” da Havaianas, associando a campanha à família Moreira Salles, controladora da marca, e ao financiamento do filme estrelado pela atriz.

A vereadora Mariana Lescank (PP-RS) também se posicionou nas redes sociais, relacionando a escolha da atriz e o conteúdo do comercial a um discurso político de esquerda e incentivando o público a optar por outras marcas.

Até o momento, a Havaianas não se manifestou oficialmente sobre as críticas. A campanha segue sendo exibida, enquanto o debate continua repercutindo nas redes sociais, dividindo opiniões entre consumidores e grupos políticos.