quinta-feira, 28 de março de 2024

Brasil

Com loja de chocolates, Flávio Bolsonaro recebeu 1.512 depósitos suspeitos

POR | 21/08/2020
Com loja de chocolates, Flávio Bolsonaro recebeu 1.512 depósitos suspeitos

Pedro França

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Entre março de 2015 e dezembro de 2018, o senador Flávio Bolsonaro recebeu 1.512 depósitos suspeitos na conta de sua franquia de uma rede de chocolates, como apontou reportagem do Jornal Nacional, exibida ontem, quinta-feira (20). O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) abre investigação por suspeita de que o negócio seja usado para lavagem de dinheiro.

 

Detalhes repetidos em várias destes depósitos chamam a atenção, como valores redondos, sempre em dinheiro vivo e mesma quantia. Há, por exemplo, 63 depósitos seguidos de R$ 1,5 mil, 63 de R$ 2 mil e 74 de R$ 3 mil, este último é inclusive o maior valor permitido para transações em espécie, no caixa eletrônico.

 

Em 12 datas diferentes, há dezenas de depósitos fracionados no valor máximo; em 28 de novembro de 2016, 7 depósitos fracionados de R$ 3 mil, totalizando R$ 21 mil; em 18 de dezembro de 2017, 10 depósitos de R$ 3 mil, somando R$ 30 mil; e em 25 de outubro de 2018, 11 depósitos de R$ 3 mil, total de R$ 33 mil.

 

Na época destes depósitos, transações em espécie acima de R$ 10 mil deveriam ser informadas às autoridades, justamente para evitar lavagem de dinheiro, mas os depósitos fracionados, como aconteciam, driblavam a fiscalização. A reportagem apurou que a loja foi adquirida no início de 2015 e, nos dois primeiros meses, Flávio fez uma retirada de lucro de R$ 180 mil, mas seu sócio não fez retirada alguma.

 

O MPRJ afirma que os depósitos são desproporcionais ao faturamento da loja e que coincidem com o período em que Fabrício Queiroz arrecadava parte dos salários dos seus servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no esquema de “rachadinha”.

 

Procurada, a defesa de Flávio Bolsonaro nega qualquer irregularidade, alegando que as informações já foram prestadas ao MP e que não pode comentar um processo que corre em sigilo. Já a defesa de Queiroz, por sua vez, disse que nunca trabalhou na loja de chocolates do senador e que desconhece fatos ligados à administração da franquia. (Com informações do Mais Goiás e Jornal Nacional)

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