quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Coluna Thais Cabral: VOTO FEMININO: HÁ MENOS DE 100 ANOS, O TEMA CAUSOU RESISTÊNCIA E MUITAS CRÍTICAS

POR Thais Cabral | 08/03/2024
Coluna Thais Cabral: VOTO FEMININO: HÁ MENOS DE 100 ANOS, O TEMA CAUSOU RESISTÊNCIA E MUITAS CRÍTICAS

Foto: Arquivo Nacional

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Em um mundo dominado pelo sexo masculino, onde cargos importantes e atividades exclusivas eram reservados para homens, discutir o direito ao voto para as mulheres era uma tarefa díficil. Hoje, no Dia Internacional da Mulher, quero relembrar esse marco histórico que abriu muitas portas.

 

Em 24 de fevereiro de 1932, nós mulheres conquistamos oficialmente o direito de votar, que até então era exclusivamente masculino.

 

Na época, o tema enfrentou muitos debates, resistências e críticas. Alguns senadores e deputados adversários do voto feminino lançaram argumentos extremamente preconceituosos. Deputado Serzedelo Correa (PA) chegou a dizer que o papel da mulher era ser dona do lar, como um "anjo tutelar da família", tentando afastá-la das urnas.

 

“A mulher, pela delicadeza dos afetos, pela sublimidade dos sentimentos e pela superioridade do amor, é destinada a ser o anjo tutelar da família, a educadora do coração e o apoio moral mais sólido do próprio homem. Jogá-la no meio das paixões e das lutas políticas é tirar-lhe essa santidade que é a sua força, essa delicadeza que é a sua graça, esse recato que é o seu segredo. É destruir, é desorganizar a família. A questão é de estabilidade social.”

 

Em uma charge de 1917, mostrava em tom irônico, que se aprovado o voto feminino, faria o homem e a mulher trocarem de papel na sociedade. 


(imagem: O Malho/Biblioteca Nacional Digital)

 

Com certeza você já ouviu a expressão “bela, recatada e do lar”, que é o nome dado a outra charge de 1879, que retratava o que seria a “verdadeira mulher”. 


(imagem: O Diabo a Quatro/Arquivo Nacional)

 

Por outro lado, houve muitos políticos que manifestaram a favor da causa. “O voto é o exercício de um dever de consciência. E a consciência não veste calças nem saias”, disse o deputado Maurício de Lacerda.

 

À frente do movimento estavam duas mulheres, e devemos ser gratas a elas. A Leolinda Daltro, que em 1910 criou o Partido Republicano Feminino (“partido” apenas no nome), e Bertha Lutz, que uma década depois fundou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher (mais tarde rebatizada de Federação Brasileira pelo Progresso Feminino).

 

Que a força que regeram essas mulheres, possa habitar novamente na nossa era.  Feliz Dia das Mulheres!

 

 

Fonte: Senado Federal.

 

 

Esse texto não reflete necessariamente  a opinião do Jornal Somos. 

 

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