quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Coluna Marcos Paulo: QUAIS QUESTÕES DO ENEM SÃO ACUSADAS DE DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA, SEGUNDO A BANCADA DO AGRO?

POR Marcos Paulo dos Santos | 07/11/2023
Coluna Marcos Paulo: QUAIS QUESTÕES DO ENEM SÃO ACUSADAS DE DOUTRINAÇÃO IDEOLÓGICA, SEGUNDO A BANCADA DO AGRO?

Foto: Luis Nova/Correio Braziliense

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A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) quer que o governo brasileiro, por meio do Ministério da Educação, explique os critérios adotados para a criação de questões ligadas ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) por conta de três questões que, segundo a entidade, possuem forte “cunho ideológico”.

 

 

A bancada que possui representação no congresso, pede ainda a anulação de três questões que;

 

 

  • Traz críticas sobre a influência do setor no Cerrado e liga o agro a fatores negativos, como a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra pessoas (questão 89);

 

 

  • Associa o desmatamento na Amazônia a grileiros, madeireiros e pecuaristas (questão 70);

 

 

  • Por último, uma crítica que, sinceramente, não vi nada de mais, que trata da exploração espacial por poucas pessoas, entre elas, de bilionários por meio de uma charge. Nela, o alienígena que recebe o viajante é avisado por um indígena a não confiar nos ricos que vieram do planeta Terra (questão 71);

 

 

A FPA argumenta que tais questões não possuem “critério científico ou acadêmico”.

 

 

“As perguntas são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica e permite que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista. Anulação já!” afirmou em nota, pedindo urgência do governo federal por um posicionamento.

 

 

O Enem é um sucesso educacional e social. Todos os anos, espero pelo tema da redação que neste ano, acertou bastante na questão do cuidado da mulher. Mas temos um problema em vista, a falta de uma diversidade de ideias.

 

 

O meio acadêmico vive de citações e referências a pensadores que passaram por ali e por muitas vezes, ligados a um lado progressista e que costuma dar pouco espaço para quem pensa diferente.

 

 

Quem passa pela carteira de uma escola não é chamado a se posicionar e sim, a interpretar e obedecer. Esse mecanismo faz com que o debate de ideias não avance e deixe a educação brasileira descolada da realidade.

 

 

Se por um lado a FPA defende a retirada destas questões, eu sou a favor de mantê-las, desde que pensadores mais conservadores sejam convidados a colocar suas questões também no Enem.

 

 

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

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