terça-feira, 03 de dezembro de 2024
Foto: bozano.rs.gov.br
A crise do leite tem afetado os custos de produção no país. Pecuaristas estão abandonando a produção no campo e o assunto foi tema nesta semana em um debate na Comissão de Direitos Humanos (CDH), em Brasília. Por conta de um acordo de livre comércio com o Mercosul, as importações de laticínios e seus derivados não são taxadas quando entram no Brasil.
Durante a audiência, a produtora e sindicalista Cleonice Back fez uma série de denúncias, apontando que parte do leite, que não é produzido no Mercosul, entra pelos países do bloco e chega por aqui através do benefício, no que ela chama de suspeitas de triangulação comercial.
“Nós sabemos que têm denúncias sobre isso, de leite vindo da Nova Zelândia e indo para a Argentina, da Argentina para o Brasil. Entrando no sistema do Mercosul como livre comércio, sem impostos”, aponta Cleonice.
No meio pecuário, há um consenso de que o governo deveria reagir impondo medidas de defesa comercial. Em 2001, um mecanismo parecido foi usado para taxar o leite em pó que era importado da União Europeia e da Nova Zelândia.
A Câmara do Comércio Exterior (CAMEX) deu uma resposta animadora, afirmando que o leite brasileiro precisa ser valorizado e citou discussões para alinhar estratégias alfandegárias com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Anvisa, Ministério da Fazenda e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Enquanto a discussão sobre a medida já começa a dar contorno às ações práticas, produtores de leite batem cabeças com as contas da produção, que dificilmente vão fechar no azul este ano.
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