domingo, 24 de novembro de 2024

Brasil

Coluna Cairo Santos: MANIA DE BRASILEIRO: FALAR MAL DO SUS

POR Cairo Santos | 19/12/2023
Coluna Cairo Santos: MANIA DE BRASILEIRO: FALAR MAL DO SUS

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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Não é raro a todo momento encontrar alguém reclamando do atendimento feito pelo SUS – Sistema Único de Saúde. O Sus é o plano de saúde dos mais necessitados, aqueles que não podem bancar, pelos valores estrondosos, um plano de saúde particular. Apesar disso, a fama do Sus não é boa entre boa parte da população brasileira. A covid-19 expôs as desigualdades socioeconômicas e de saúde no Brasil. Assim como a importância e as fragilidades do Sistema Único de Saúde (SUS), apontando à necessidade de se reverter a falta de investimento no sistema público de saúde universal.

 

Um estudo publicado em um importante jornal inglês mostra que variações na mortalidade de pacientes internados devido a covid-19 estiveram associadas não somente à faixa etária e à gravidade do caso, mas também a desigualdades sociais, regionais e no acesso ao cuidado de boa qualidade.

 

Os resultados apontaram que mais de 70% das internações por covid-19 no Brasil foram cobertas pelo SUS. O Sistema Único de Saúde atendeu os grupos populacionais mais vulneráveis, no entanto, apresentou pior mortalidade hospitalar ajustada.

 

Em geral, os hospitais privados e filantrópicos não pertencentes ao SUS, em sua maioria reembolsados por planos privados de saúde acessíveis às classes socioeconômicas mais privilegiadas, apresentaram os melhores resultados.

 

Indivíduos negros e indígenas residentes em municípios de menor IDH e internados fora de sua cidade de residência apresentaram maiores chances de morrer no hospital.

 

Para as autoras do artigo, apesar de seus desafios, o SUS apresenta diversos pontos fortes que o tornam essencial, único e valioso para os brasileiros. Segundo elas, os resultados alertam para a necessidade de investimento e melhoria do Sistema Único de Saúde, com enfoque especialmente nas causas das desigualdades na oferta, no acesso e nos resultados do cuidado.

 

Além de fornecerem elementos para o debate, em cenários de crise, sobre o papel e a atuação de cada tipo de prestador de cuidado hospitalar (privado e público) no sistema de saúde brasileiro.

 

Além disso, as taxas ajustadas de mortalidade hospitalar foram mais altas nos momentos de pico da pandemia e foram significativamente reduzidas após a vacinação contra a covid-19 atingir uma cobertura razoável, a partir de julho de 2021.

 

O estudo indicou ainda maior mortalidade hospitalar na primeira onda da pandemia (abril a agosto de 2020) e na segunda (dezembro de 2020 a maio de 2021). Tornando-se menor em 2022, mesmo durante a terceira onda (janeiro a fevereiro).

 

O pico de ocorrência de óbitos ocorreu em março de 2021, quando, em todo o país, os hospitais estavam operando no máximo da capacidade ou acima dela. O que levou à escassez de recursos críticos, como ventiladores, oxigênio e leitos de UTI.

 

Segundo as pesquisadoras, os achados demonstram a importância fundamental do SUS na prestação de cuidados de saúde. Uma vez que a maior parte das internações por covid-19 foram cobertas pelo sistema público de saúde brasileiro. Por falar em vacina, o Ministério da Saúde através do SUS já disponibiliza a segunda dose da vacina bivalente contra covid para pessoas maiores de 60 anos e que tenha pelo menos quatro meses que tomaram a primeira dose. A vacina é gratuita e já está à disposição nos postos de saúde de Rio Verde. Bora prevenir.

 

 

Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos. 

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