sábado, 23 de novembro de 2024
REUTERS / Ueslei Marcelino/Direitos reservados
Brasília continua fervendo com a operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal tenta descobrir se o cartão de vacina do ex-presidente e da filha Laura foi ou não fraudado. A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve acesso aos autos do processo em que autorizou a operação na casa de Bolsonaro. Com isso, os advogados pediram para a corporação adiar o depoimento do ex-chefe do Executivo que estava previsto para a última quarta-feira, 03.
“Recebemos a cópia do processo, que tem quase 200 páginas. Vamos virar a noite estudando capa a capa do processo, razão pela qual o depoimento do [ex] presidente Bolsonaro foi adiado a pedido da defesa. Tão logo a defesa tenha total ciência dos fatos, será agendado o depoimento”, declarou Fábio Wajngarten, assessor jurídico e advogado do ex-chefe do Executivo.
Como adiantamos ontem aqui na coluna sobre a possibilidade do ex-presidente sair dessa como “vítima” ele classificou a operação da Polícia Federal em sua casa nesta quarta-feira (3) como ‘desumana’ e chorou ao comentar sobre o tema em entrevista à Jovem Pan. Segundo Bolsonaro, o caso “mexeu” com ele e ressaltou o envolvimento da esposa, Michelle Bolsonaro, nas investigações.
Ele afirmou que sofre pressão “24 horas por dia” desde que assumiu a presidência da República. Bolsonaro ratificou não ter se imunizado contra a Covid-19 e afirmou não ter vacinado sua filha mais nova, Laura.
Preso na operação o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tentou esconder dos policiais federais dinheiro vivo que estava em casa. Preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3), o braço-direito do antigo mandatário do país ficou muito nervoso e se recusou a responder perguntas, segundo informações PF. Ao realizarem busca e apreensão na residência de Cid, os policiais encontraram dinheiro vivo. O tenente-coronel tentou fechar o cofre, mas os investigadores não permitiram e viram US$ 35 mil em dinheiro vivo e R$ 16 mil em espécie. O médico que teria participação nessa tentativa de fraude trabalha em um município do interior de Goiás, é bolsonarista assumido. Vamos vê aonde isso vai dar.
LIBERDADE DE IMPRENSA
O Brasil subiu 18 lugares norankingmundial de liberdade de imprensa, aponta relatório da organização não governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras(RSF). O país, que estava na 110ª colocação, teve evolução no índice e chegou ao 92º lugar. A situação ainda é considerada problemática. A entidade atribui a melhora na posição à saída de Jair Bolsonaro do poder, que “atacou sistematicamente jornalistas e veículos de comunicação”, diz o relatório.
De acordo com o jornalista Artur Romeu, diretor do escritório da Repórter Sem Fronteiras para a América Latina, a posição brasileira tem relação com uma expectativa e uma percepção de otimismo de analistas, jornalistas e pesquisadores, consultados para o levantamento, desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Os dados incluíram até pelo menos março de 2023. O estudo é apresentado anualmente no dia 3 de maio, Dia da Liberdade de Imprensa.
Artur Romeu chama a atenção para o fato de que essa subida de 18 posições não necessariamente reflete uma mudança que já ocorreu no país. “É um otimismo em relação às mudanças possíveis, que precisa ser confirmado pelas atitudes das lideranças”.
Ele alerta que, a partir do levantamento da violência contra comunicadores no Brasil entre janeiro e dezembro do ano passado, o país estaria na posição número 149 doranking. No ano passado, afirma Romeu, o Brasil protagonizou uma série de violências, incluindo o assassinato do jornalista britânico Dom Philips, em junho, e do blogueiro cearense Givaldo Oliveira, em fevereiro.
Para continuar a evoluir noranking, a RSF avalia que o país tem desafios importantes. “O Brasil é historicamente violento para jornalistas”. “Se considerarmos os últimos dez anos, o Brasil só está atrás do México em número de jornalistas assassinados. Para que continue melhorando, é preciso reafirmar marcos legal, garantir a transparência pública e combater a desinformação”. Aliás, a desinformação, segundo Artur Romeu, é um problema global e vai exigir de lideranças políticas atitudes concretas.
MORDAÇA OU REGULAÇÃO?
A queda de braço entre governo e oposição continua acirrada no Congresso Nacional e mais uma vez a sociedade se coloca entre o fogo cruzado. O presidente da Câmara, Arthur Lira, decidiu, nesta terça-feira (2), retirar de pauta a votação do Projeto de Lei (PL) 2630, conhecido como PL das Fake News. Lira atendeu um pedido do relator do projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB-RJ). A proposta estava prevista para ter seu mérito analisado nessa sessão. O pedido do relator acontece após uma sequência de polêmicas envolvendo o texto da proposta.
O texto está apto para ser analisado desde a semana passada, quando o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para agilizar a tramitação da proposta. Também na última semana, Silva apresentou novo parecer retirando trechos polêmicos do texto. No entanto, ao iniciar a sessão, ele argumentou que precisaria de mais tempo para incorporar novos pontos ao projeto.
Segundo o relator, a principal dificuldade de consenso entre os congressistas está na definição sobre a quem caberá fiscalizar o cumprimento e as sanções impostas pela lei. O que era um impasse na semana passada segue sendo um impasse hoje.
De acordo com o deputado, ainda não há prazo para que o projeto retorne para análise do plenário. Silva destacou que serão necessárias, pelo menos, duas semanas para que o projeto esteja pronto para ser submetido à apreciação.
O PL 2630/20 institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, com normas e mecanismos de transparência para provedores de redes sociais, ferramentas de busca e de mensagens instantâneas, bem como as diretrizes para seu uso. Enquanto os políticos brigam escolas continuam sendo atacadas, professores morrendo, pessoas caluniadas, e todo tipo de mal que aqueles que acreditam em internet terra de ninguém podem trazer para a sociedade.
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De acordo com a presidente da equipe, Kenia Leite, o objetivo é figurar entre as 5 melhores equipes da competição.