quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Coluna Cairo Santos: DINHEIRO EXTRA NO BOLSO

POR Cairo Santos | 01/08/2023
Coluna Cairo Santos: DINHEIRO EXTRA NO BOLSO

Imagem/Agência Brasil

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Os brasileiros viveram um período de caos financeiro durante o governo Fernando Collor. Os mais jovens não se lembram disso, mas provavelmente os seus pais tiveram dinheiro que estava na poupança confiscado pelo governo.

 

 

Muitas pessoas conhecem o Plano Collor somente pelos livros de história ou em conversas com familiares e amigos mais velhos. Contudo, apesar de não terem vivenciado na pele o confisco da caderneta de poupança, podem ter dinheiro a receber e sequer sabem disso.

 

 

Segundo a Frente Brasileira pelos Poupadores (Febrapo), associação que reúne poupadores, advogados e institutos de defesa do consumidor, cerca de 140 mil pessoas está nessa situação.

 

 

Como muitos processos judiciais para reaver o dinheiro tramitam há mais de 30 anos nos tribunais de todo País, inúmeros autores faleceram no decorrer do período. No entanto, os direitos (e o montante a receber) passam para os herdeiros e inventariantes, que podem ser desde cônjuge, filhos, pais e parentes colaterais de até 4º grau.

 

 

“Temos a meta de achar esses herdeiros neste ano. Já temos algumas listas que os bancos nos passam, ainda assim é muito difícil porque as pessoas ficam com receio e acham que é golpe por não saberem que algum parente tinha um processo dessa época”, afirma Ana Carolina Seleme, diretora-executiva da Febrapo.

 

 

É necessário consultar o site do Tribunal de Justiça do seu Estado, na parte de “consulta de processos”, e colocar nome e número do CPF do autor do processo. Segundo a Febrapo, quase sempre a consulta é gratuita.

 

 

Caso esse caminho não seja viável, a entidade explica que há possibilidade de comparecer presencialmente no Fórum da respectiva cidade e buscar informação no setor de distribuição e consulta de processos.

 

 

Além disso, a Febrapo destaca que ações contra os bancos privados e o Banco do Brasil são de competência da Justiça Estadual de cada Estado, mas ações contra a Caixa Econômica Federal estão em trâmite na Justiça Federal. Desse modo, os familiares deverão realizar a consulta de acordo com a região correspondente à localidade de domicílio do familiar falecido.

 

 

É bom lembrar que herdeiros ou parentes que não entraram com ação na justiça para reaver o valor confiscado até 2017, não é mais possível receber o dinheiro.

 

 

O Acordo Coletivo dos Planos Econômicos foi homologado em 2018 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e firmado entre a Febrapo, representando os poupadores, e a Febraban, representando os bancos, com a mediação da Advocacia-Geral da União (AGU).

 

 

À época, o acordo resolveu o impasse jurídico e possibilitou que mais de 270 mil processos fossem resolvidos. Porém, ainda restam 400 mil pessoas com trâmites na Justiça para reaver o dinheiro, sendo que 140 mil são os herdeiros de pessoas que entraram com o processo e faleceram.

 

 

Devido ao número, no final do ano passado, o STF decidiu pela prorrogação do acordo, que vencia em dezembro de 2022, por mais 30 meses. Até junho de 2025, quem ainda têm ações pendentes relacionadas aos planos econômicos Bresser, Verão, Collor I e Collor II, podem receber os valores.

 

 

Além do dinheiro da poupança, o Banco Central reteve aplicações financeiras e recursos em conta-corrente.

 

 

 

Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos. 

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