quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Freepik
No último dia 7, quarta-feira, o Brasil celebrou o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. O momento é propício para todos refletirmos sobre a importância do acesso à informação de qualidade.
O bom jornalismo é e sempre será, sobretudo, livre. No bom jornalismo, não há amarras políticas, ideológicas ou econômicas. O bom jornalismo precisa ser estimulado, apoiado, encorajado; o que vai à contramão do que se tem praticado nos últimos anos em solo brasileiro. Os números provam isso.
Segundo o relatório anual da violência contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil do ano de 2022, divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Brasil passou por uma crescente dos indicadores de violência contra a categoria.
No ano passado, mostra o relatório, o número de agressões a jornalistas manteve-se nas alturas. As agressões diretas a jornalistas tiveram crescimento em todas as regiões do País, frisa-se: todas. O relatório revelou que a descredibilização da imprensa voltou a ser a violência mais frequente. Houve um crescimento superior a 130% nas ocorrências de ameaças, hostilizações e intimidações.
A censura também figura como destaque negativo. Apesar de registrar um recuo em relação ao número de ocorrências — foi o maior indicador em 2021 e caiu para a terceira posição no balanço de 2022 —, a Fenaj diz no documento que a oscilação se deve, muito provavelmente, pela diminuição das denúncias e não do número de episódios propriamente ditos.
O Centro-Oeste é, segundo os mesmos números, o local mais violento e concentra mais de 34% das denúncias. A região é seguida do Sudeste (28%), Norte (13%), Nordeste (12%) e Sul (12%).
Goiás, em si, não está entre os mais violentos. O estado soma menos de 1% do total de casos. O fator responsável por colocar o Centro-Oeste no protagonismo passa pelo Distrito Federal que, sozinho, registra mais de 30% dos casos de todo Brasil — Brasília vale lembrar, é o palanque da política brasileira e, consequentemente, reúne o maior número de repressões aos profissionais da imprensa.
A Fenaj ressalta que sem imprensa livre e sem jornalistas exercendo a profissão com segurança e condições dignas de trabalho, não há verdadeira democracia. O entendimento vai na esteira do que pensa o Vice-Presidente do Sindicato dos Jornalistas de Goiás, Francisco Costa.
“O dia 7 é simbólico, mas não deve ser o único”, argumenta o profissional. “A liberdade de imprensa é fundamental para a manutenção da democracia. Hoje, o jornalismo enfrenta perseguições, especialmente, de quem 'ganha' com a propagação de mentiras”, continua.
Cabe não só aos profissionais de imprensa, mas à toda população a obrigação de lutar por uma imprensa livre e que a informação possa chegar com toda verdade que ela precisa carregar. E, aos profissionais que infelizmente servem a essa censura, muitas vezes atrás de boa remuneração, que a data sirva de reflexão: está valendo a pena por dinheiro enganar e desinformar seu leitor?
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