quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Coluna Cairo Santos: ARMAS DE FOGO FORAM CRIADAS PARA MATAR OU PROTEGER?

POR Cairo Santos | 25/07/2023
Coluna Cairo Santos: ARMAS DE FOGO FORAM CRIADAS PARA MATAR OU PROTEGER?

Imagem: Freepik

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E a discussão continua sobre o benefício ou malefício do uso de armas de fogo. Tenho certeza absoluta que nunca se encontrará uma unanimidade, pois nunca deixará de existir os amantes do uso e os contrários ao uso. Afinal, arma de fogo protege o cidadão ou estimula a violência?

 

 

Nos últimos quatro anos, o Brasil registrou uma média de 26 novas armas a cada hora. No total, passou de 900 mil o número de registros feitos por CACs (colecionadores, atiradores esportivos e caçadores) durante o período. E a própria quantidade de CACs também disparou de 117 mil para quase 675 mil – e cada um deles tinha autorização para comprar e manter 30 armas de alto poder de fogo, a exemplo de um fuzil de R$ 15 mil. Na última sexta-feira, o governo federal editou um decreto para frear bruscamente o acesso a novas armas e reduzir a multiplicação dos clubes de tiro. A socióloga Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, que estuda segurança pública desde 1999, sobre o assunto faz as seguintes observações:

 

  • Ela esclarece as regras que passam a vigorar com o novo decreto, que limita a quantidade de armas por pessoa e restringe o acesso aos armamentos de maior potencial destrutivo: “Lá atrás, um cidadão em casa poderia estar mais armado que um policial”;
  • Ela também explicou como o crescimento explosivo de CACs e clubes de tiro aumentou a circulação de armas desviadas para o crime organizado, por meio de roubos, furtos ou mesmo esquemas fraudulentos. “Ao endurecer o controle sobre as armas, a gente diminui o abastecimento para o crime”, afirma;
  • Carolina lamenta que haja mais de 1 milhão de armas sem registro do sistema do Exército e reforça a necessidade de que é preciso ter “controle, critério e fiscalização”. “Sem informação de qualidade, como se faz uma política pública sobre armas?”, questiona;
  • A socióloga analisa o crescimento do desejo de parte da população em se armar: criou-se um mercado de influencers e até de moda armamentista. E como isso colaborou para mais crimes contra mulheres e em ataques a escola. “Precisamos mostrar que é ilusão: a arma de fogo gera mais risco do que capacidade de se defender”, justifica.

 

 

Como tenho certeza que não encontrarei unanimidade sobre esse assunto, deixo aqui a minha opinião, respeitando todas as contrárias: arma de fogo foi criada para matar, nunca para se defender. Quem precisa defender o cidadão é o Estado que tem preparo e recebe pra isso, não terceirizar para o cidadão sua própria segurança, pronto, opinei.

 

 

 

Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

 

 

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