quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Coluna Bento Junior – VÃO ACABAR COM OS TROTES?  

POR Bento Júnior | 12/07/2023
Coluna Bento Junior – VÃO ACABAR COM OS TROTES?   

Foto: Blog Mais Estudo

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Ritos de passagem, ou de iniciação. É assim que a maioria das pessoas veem os chamados “trotes” realizados com os calouros quando esses ingressam nos cursos superiores. Em muitos casos são ações tranquilas, como os chamados “trotes solidários”, mas há histórico de casos em que chega a ser algo brutal aos novos acadêmicos. Nos deparamos essa semana com a discussão de um Projeto de Lei, de autoria do senador goiano Jorge Kajuru (PSB), para que se coloque fim aos trotes de calouros nas universidades do país

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A Comissão de Educação e Cultura do Senado aprovou, porém, em caráter terminativo na tarde de ontem, um projeto que proíbe esses “ritos” de calouros nas universidades brasileiras. A proposta seguirá para apreciação da Câmara dos Deputados, antes da sanção presidencial. Com isso, os trotes universitários podem estar com os dias contados.

 

Segundo Kajuru, o Projeto de Lei (PL) n° 445/2023 é embasado na defesa dos direitos humanos e de valores civilizatórios. “Estamos em pleno século vinte e um, a meu ver não existe nenhum sentido em tolerar as recepções que colocam em risco a integridade física, moral ou psicológica de quem consegue ingressar no ensino superior”, pontua o senador.

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Segundo o PL, ficará proibido “qualquer tipo de coação, agressão, humilhação ou outra forma de constrangimento que atente contra a integridade física, moral ou psicológica dos alunos”, afirma o texto. O senador ainda ressalta que esses trotes são expressões extremamente violentasse que, por isso, ele entende, que esse tipo de atitude entre os universitários deve ser desestimulada e punida pelo poder público. “Os novos universitários devem ser recebidos com festa, não o contrário”.

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O texto ainda estabelece as atribuições para as instituições de ensino superior (IESs) referente aos trotes: a primeira delas é adotar medidas preventivas contra essas ações, a segunda é responsabilizar administrativamente o estudante que praticar algum tipo de coação aos colegas. Seria certo, acabar com uma cultura milenar, com origem nos ritos medievais de passagem, ao invés de modernizá-lo e adaptá-lo à nossa realidade?

 

Uma solução viável são os chamados “Trotes Solidários”, onde ao invés de uma ação degradante, os novos estudantes são estimulados a promover uma boa causa, ao invés de se colocar em situação degradante e humilhante. É importante para as novas gerações mantenham alguma espécie de rito de passagem escolar, entre os “colégios” e as “universidades”, já que é uma mudança drástica de modo de ensino, nas atuais circunstâncias do ensino no país. Fica aqui a pergunta, tem que acabar de tudo, ou apenas adaptar os trotes, “ritos de iniciação”, “ritos de passagem”, ou como quer que chamem?

 

 

Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

 

 

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