quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Coluna Bento Junior: EIXO RIO-SÃO PAULO E O PROBLEMA DAS TURNÊS INTERNACIONAIS

POR Bento Júnior | 20/11/2023
Coluna Bento Junior: EIXO RIO-SÃO PAULO E O PROBLEMA DAS TURNÊS INTERNACIONAIS

Foto: Divulgação

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O fim de semana foi marcado por polêmicas, nas duas turnês que estavam passando pelo Brasil. Enquanto Taylor Swift realizava shows da The Eras Tour (TET) no Rio, os mexicanos do RBD finalizavam sua passagem por terras tupiniquins com a Soy Rebelde Tour (SRT) em São Paulo. Além desses detalhes, vale a pena ressaltar aqui, como se todos nós brasileiros já não o soubéssemos por sentir na pele, que nosso país passa por uma onda de calor histórica, com temperaturas nunca antes vistas.

 

Exposto o contexto, vamos aos fatos: uma jovem de 23 anos (aparentemente sem complicações anteriores) teve duas paradas cardiorrespiratórias no sábado, no Rio, durante a The Eras (fora os outro mil que também desmaiaram), enquanto em São Paulo Anahí (a eterna Mia Colucci de Rebelde) teve de ser hospitalizada com problemas renais. Isso nos leva a questionar “de quem é a culpa”.

 

Desde a primeira grande atração internacional no Brasil, no longínquo Rock in Rio de 1985 (há quase 40 anos), muito se mudou em relação às estruturas e locais de shows no Brasil, sendo muitos dos atuais grandes shows sendo realizados em estádios, como o Engenhão no Rio e o Allianz Park em São Paulo que devem ser a casa de ambas turnês, a SRT já tendo passado por ambos e a TET ainda tendo um show no Rio hoje (20) e dois em São Paulo (no fim de semana).

 

Esses locais precisam ser adaptados para os eventos, recebendo uma camada protetora, para que o gramado não seja danificado, camada essa que há denúncias que contribuiu para a sensação térmica de 60º no show em que a jovem Ana Benevides faleceu. Além da estrutura “precária”, a alta sensação térmica, temos o porém de a empresa responsável pelo evento, a Time 4 Fun, ter proibido a entrada com garrafinhas pessoais de água, além da falta de uma prática muito usada no exterior de lugares realmente marcados para cada ingresso, levando os fãs a passarem mais tempo sem ir ao banheiro ou tomar água, para não perderem seus lugares.

 

Exposto tudo isso, os questionamentos que ficam são: De quem é a verdadeira culpa? Das produtoras que em um ímpeto capitalista querem colocar o máximo possível de pessoas? Dos brasileiros que tem uma cultura de sempre tentar levar vantagem em cima do próximo? Dos artistas que terceirizam certas decisões (como o material do revestimento do gramado), sem procurar saber das reais condições do que está sendo feito? Ou seria tudo isso junto sem se ter um real culpado único?

 

Fica a reflexão e o apelo para que os artistas internacionais olhem mais para o Brasil fora do eixo Rio-São Paulo, conseguindo assim uma possibilidade maior de capitalizar com os ingressos, visto que Ana Benevides por exemplo é natural do Mato Grosso do Sul, e estudava próximo no estado vizinho do Mato Grosso. Saiu pela primeira vez para ver um grande show (no Rio) e nunca mais voltou com vida...

 

 

Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.

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