quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Reprodução/Inside Playboy Brasil
Mais de 500 revistas, publicadas entre 1975 e 2017. Esse é o acervo da revista Playboy de Geylson Paiva, 37. As revistas são todas as edições nacionais lançadas aqui, desde seu surgimento. Seria apenas mais cum acervo pessoal, se não fosse por um detalhe: Geylson criou um site onde disponibiliza gratuitamente o conteúdo de todas as publicações.
Segundo o jovem, democratizar este verdadeiro tesouro é ressignificar a memória da revista: “Fiz esse espaço respeitosamente para que as pessoas tenham acesso a um material imperdível, é um recorte histórico do nosso país em quatro décadas”, afirma. O Inside Playboy Brasil (site) vai além da nudez, mostra também outras seções como as longas entrevistas, humor e reportagens. É um trabalho solitário, em que o criador do site posta gradualmente sua vasta coleção, que ainda levará um bom tempo para estar na íntegra na web.
A polêmica, porém, é que nem todas as musas retratadas curtem essa lembrança, mas algumas, sim. Atriz e ex destaque da abertura do “Fantástico” nos anos 1980, Isadora Ribeiro, é uma delas. “[a publicação na web] É uma oportunidade de os internautas curtirem as fotos e outros conteúdos que a revista oferecia”, diz. Ex musas chegam a entrar em contato com Paiva para agradecê-lo pelas postagens. “Uma pessoa que ficou feliz foi a Solange Couto, resgatei um ensaio interno dela e bombou, muita gente não sabia [que ela tinha posado nua]”, diz o colecionador.
Apesar da resposta favorável do público, algumas ex musas demonstraram desagrado com a lembrança, por seguirem outros caminhos pós-nudez. Uma que prefere não comentar a nudez pregressa é Regininha Poltergeist, 52. “Não falo sobre isso, sou da Igreja agora”, esquivou-se a ex dançarina e coelhinha de uma das edições de 1994.
Outras, porém, como Débora Soares, 57, lembram com naturalidade da época, no caso dela sobre quando venceu o Concurso das Panteras em 1986 e estampou a Playboy. “Era a maior vitrine para a fama, um ótimo cachê e muitas portas abertas para campanhas, desfiles e televisão; eu só enxergava o sucesso e a fama”, reflete a carioca, hoje pastora em uma igreja. “Troquei tudo por Jesus, que me deu o que a fama não conseguiu: paz e liberdade”, conclui.
Cada um tem o seu ponto de vista e suas escolhas, mas o que acham sobre quem renega a sua própria história, por escolhas tomadas depois?
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