quarta-feira, 03 de julho de 2024

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Coluna Bento Junior: A GUERRA MIDIÁTICA POR TRÁS DO CASO DO PADRE JÚLIO LANCELLOTTI

POR Bento Júnior | 24/01/2024
Coluna Bento Junior: A GUERRA MIDIÁTICA POR TRÁS DO CASO DO PADRE JÚLIO LANCELLOTTI

Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

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O caso mais polêmico que tem revirado a internet, é sobre o suposto vídeo do pedagogo e sacerdote católico Júlio Renato Lancellotti. Antes de chegarmos aos recentes acontecimentos, vamos recapitular por que há tantas acusações envolvendo esse caso.

 

Já não é de hoje que aparecem denúncias de abusos, envolvendo o nome do Padre Júlio, uma das mais famosas foi a de um ex-interno da FEBEM, em outubro de 2007. Na denúncia o rapaz dizia que mantinha relações homossexuais com o sacerdote, que chegou a dar dinheiro ao garoto. A defesa do rapaz alega que era “um agrado” enquanto a do padre acusa ser extorsão.

 

Após o caso “esfriado”, passados cerca de 13 anos, outra denúncia viria a tona. O então candidato à prefeito de São Paulo, Arthur do Val (conhecido como mamãefalei), teria recebido alguns vídeos comprometedores do Padre, onde ele supostamente está tendo uma conversa sexual com um adolescente, e ambos supostamente estaria se mostrando nus na chamada de vídeo.

 

O ex deputado contratou então uma perícia, para atestar a veracidade dos vídeos, que teriam rendido um parecer de cerca de mais de 100 páginas, que confirmaram a veracidade dos vídeos. De posse dos vídeos e da perícia, Arthur do Val entregou o material ao Ministério Público, para as providências. O MP então teria alegado que faltava materialidade nas provas e tanto o MP quanto a Arquidiocese de São Paulo arquivaram os processos contra o Padre.

 

O material então publicado pelo vereador Rubinho Nunes, em seu perfil no X (ex-Twitter), o político disse que teve acesso à gravação enquanto colhia informações para a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), da qual é autor do requerimento. Em 5 de janeiro, o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, enviou um ofício ao presidente da Câmara Municipal da capital paulista em que pede mais informações sobre os casos que supostamente envolvem o padre Júlio.

 

Um perito consultado pela Revista Fórum, disse que esse vídeo divulgado por Nunes poderia ser falso, mas sem apresentar uma perícia completa. Posteriormente um terceiro perito contratado pela Revista Oeste atestou a veracidade em um laudo de 79 páginas. Petistas e Bolsonaristas se digladiaram nas redes após essa divulgação do vídeo, Renan Santos, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (do qual Arthur do Val faz parte) orientou que os membros do movimentos não se envolvessem nessa ofensiva dos apoiadores do ex presidente contra o Padre, que é envolvido politicamente com o atual governo.

 

Um dos vários atos que atestam a proximidade do Padre com o atual presidente, foi um dos sacerdotes que discursaram durante o funeral da falecida esposa de Lula, Marisa Letícia, em 2017, tendo sido ele inclusive quem realizou o rito da extrema-unção, dias antes, na ex primeira-dama.

 

Os últimos marcos do caso, foi o arquivamento da denúncia feita pelo legislativo paulistano, no âmbito da Arquidiocese de São Paulo, sob a justificativa que o conteúdo já havia sido investigado, por ser o mesmo de 2020. Naquele ano, a Cúria Metropolitana de São Paulo realizou investigação, sem chegar a nenhuma conclusão que incriminasse Lancellotti.

 

"Concomitantemente, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) passou a investigar a dita denúncia, conforme inquérito aberto junto ao Setor de Atendimento de Crimes da Violência contra Infante, Idoso, Pessoa com deficiência e Vítima de tráfico interno de pessoas", diz a nota publicada no site da Arquidiocese de São Paulo.

 

Aguardemos os próximos capítulos dessa guerra ideológica, com uma denúncia de pedofilia no meio. Qual a sua opinião sobre o caso? Conte pra gente.

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