quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Cientistas brasileiros estão buscando entender por qual motivo algumas pessoas são naturalmente imunes ao novo coronavírus. O estudo, divulgado na plataforma medRxiv, baseou-se na análise do material genético de 86 casais onde apenas um dos cônjuges foi infectado pela Covid-19, mesmo que ambos tenham sido expostos.
Os resultados obtidos pela pesquisa ainda estão em processo de revisão por pares, mas até o momento, já sugerem que algumas variantes genéticas localizadas com maior frequência nos parceiros resistentes ao vírus podem estar associadas à uma ativação mais eficiente de células de defesa exterminadoras naturais ou NK (natural killers).
A coordenadora do Genoma USP, Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Mayana Zatz, explica que a hipótese levantada pela investigação é que as variantes genômicas mais frequentes nos cônjuges suscetíveis à infecção levem para uma produção de moléculas que retraiam a ativação das células NK. “Mas isso é algo que ainda precisa ser validado por meio de estudos funcionais”, afirma.
O fato da possível resistência à Covid-19 ser, de certa forma, comum na população (o que difere do HIV, por exemplo), remete à uma herança genética complexa, onde muitos genes estão envolvidos.
“Isso significa que, para achar algo significativo ao olhar o genoma como um todo, seria preciso ter uma amostra gigantesca, com mais de 20 mil voluntários. Decidimos, então, focar em dois grandes grupos de genes relacionados com a resposta imune: o complexo principal de histocompatibilidade [MHC, na sigla em inglês] e o complexo de receptores leucocitários [LRC]. São os genes do MHC que definem, no caso de um transplante, por exemplo, se dois indivíduos são compatíveis, ou não”, revela a pesquisadora.
(Com informações da Agência Brasil)
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