quarta-feira, 27 de agosto de 2025

China realiza primeiro transplante de pulmão de porco para humano em experimento inédito

POR Ana Carla Oliveira | 26/08/2025
China realiza primeiro transplante de pulmão de porco para humano em experimento inédito

Foto: Reprodução Metrópoles

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A medicina mundial registrou um marco histórico nesta segunda-feira (25), com a divulgação de um experimento inédito conduzido por médicos chineses em Guangzhou: o primeiro transplante de pulmão de porco geneticamente modificado em um ser humano. O procedimento, descrito na revista Nature Medicine, abre novos caminhos no campo dos xenotransplantes — transplantes de órgãos entre espécies diferentes.

 

O receptor foi um homem de 39 anos em morte cerebral, cujo pulmão esquerdo foi substituído pelo órgão do animal, enquanto o direito permaneceu intacto. A família autorizou o procedimento experimental.

 

O pulmão é considerado um dos órgãos mais complexos de transplantar devido à extensa rede de vasos sanguíneos, altamente suscetível a rejeições e coágulos, além do contato direto com o ar, que amplia os riscos de inflamações e reações imunológicas.

 

Para viabilizar o transplante, os cientistas usaram a técnica de edição genética CRISPR, desativando três genes do porco que poderiam causar rejeição e inserindo outros três genes humanos para aumentar a compatibilidade. O paciente também recebeu imunossupressores.

 

Nos primeiros instantes, o experimento surpreendeu positivamente ao não apresentar a chamada rejeição hiperaguda, comum em xenotransplantes. Porém, dentro de 24 horas sinais de inflamação começaram a surgir e, no terceiro dia, o corpo já produzia anticorpos contra o órgão. Mesmo assim, o pulmão funcionou por nove dias, até que a família autorizou o fim do experimento.

 

Pesquisadores ressaltaram que o resultado, apesar das limitações, é promissor. Eles acreditam que, em futuros estudos, será fundamental desenvolver técnicas para bloquear células do sistema imunológico e reduzir moléculas inflamatórias.

 

O experimento reforça a busca por alternativas diante da escassez global de órgãos para transplantes, ainda que muitos desafios precisem ser superados antes da aplicação em pacientes vivos.

 

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