sexta-feira, 26 de abril de 2024

Brasil

Causa da morte de voluntário da vacina chinesa Coronavac foi suicídio

POR Ana Carolina Morais | 10/11/2020
Causa da morte de voluntário da vacina chinesa Coronavac foi suicídio

Cadu Rolim / Agência Estado

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A causa da morte do voluntário da vacina chinesa Coronavac contra a Covid-19, que até então não possuía maiores explicações e havia sido apontada como “evento adverso grave”, foi suicídio. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou a suspender, na noite desta segunda-feira (9), os testes da imunização, que é feita em parceria com o Instituto Butantan, após a notificação da suposta reação ocorrida no participante.

 

 

Na tarde de hoje, terça-feira (10), no entanto, grandes veículos de comunicação, como o Estadão, o UOL e a TV Globo, apuraram que a causa real do óbito seria suicídio. Apesar do governo do estado de São Paulo, à frente dos estudos da vacina, ainda não ter confirmado veementemente o caso, nesta manhã, durante coletiva de imprensa, foi afirmado pelo Estado que seria impossível relacionar o “evento adverso grave” com o que acometeu o voluntário do estudo clínico da Coronavac.

 

 

Além disso, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, se pronunciou, informando também ser impossível a relação entre a imunização e o falecimento do participante. “Os dados são transparentes. Por que nós sabemos e temos certeza de que não é um evento relacionado a vacina? Como eu disse, do ponto de vista clínico do caso e nós não podemos dar detalhes, infelizmente, é impossível, é impossível que haja relacionamento desse evento com a vacina, impossível, eu acho que essa definição encerra um pouco essa discussão”, pontuou Dimas.

 

 

Os representantes do governo de São Paulo, durante a coletiva de imprensa, demonstraram indignação com a suspensão do estudo, defendendo que não havia qualquer relação entre o imunizante e a ocorrência adversa. “Não houve nenhuma relação da vacina com o evento adverso grave apresentado”, confirmou, também, o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn.

 

 

O diretor do Instituto ainda realizou críticas ao comportamento da Agência quanto ao modo que decidiram pela interrupção dos testes e sobre como foram notificados.
“Dia 6 a Anvisa recebeu um documento dizendo: ‘olha um participante do estudo clínico teve um evento adverso grave não relacionado com a vacina’ ponto. O que se espera diante de um comunicado desse? ‘Olha, ok, vamos avaliar, vamos nos reunir, vamos ver quais foram as causas desse evento adverso, se você está dizendo que não tem relação com a vacina, vamos apurar’. É isso o que a gente espera. Foi isso o que aconteceu? Não. Quer dizer, esse encaminhamento foi feito dia 06, ontem dia 09, às 20h40, encaminham um e-mail ao Butantan dizendo que haveria uma reunião hoje para tratar do evento adverso grave, mas ao mesmo tempo anunciava a suspensão do estudo. Oito e quarenta da noite, 20h40 da noite, 20 minutos depois dessa notícia estava em rede nacional, 20 minutos depois de nós termos sido notificado por e-mail, a notícia estava em rede nacional”.

 

 

Após as críticas, Dimas Covas afirmou que o governo reenviou todos os esclarecimentos à Anvisa e que, agora, espera que a liberação do retorno da pesquisa ocorra o mais rápido possível. Para ele, a expectativa é que ainda nesta semana, possivelmente já nesta quarta-feira (11), a Agência permita o retorno dos testes.

 

 

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