Nesta quarta-feira (11), a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. De acordo com o órgão, o número de infectados, de mortes e de países atingidos deve aumentar nos próximos dias e semanas. No entanto, foi ressaltado pelos diretores que a declaração não muda as orientações e que os governos devem se manter focados em conter a circulação do vírus.

O termo pandemia se refere ao momento em que a doença já está espalhada por diversos continentes com transmissão sustentadas entre pessoas. A OMS relatou que nas últimas semanas, o número de casos fora da China aumentou 13 vezes e o número de países atingidos triplicou, sendo mais de 118 mil casos ao redor do mundo e 4.291 mortes.

"A descrição da situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS da ameaça representada por esse vírus. Isso não muda o que a OMS está fazendo nem o que os países devem fazer", explica Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral do órgão.

Ao longo das suas exposições, os diretores da OMS ressaltam que o quadro de circulação do novo coronavírus mostra que ainda é possível diminuir seus impactos e disseminação.

"81 países não têm casos. Eles devem fazer o máximo para evitar qualquer caso importado", disse Tedros.

Ainda foi ressaltado por ele que 57 países têm até 10 casos, e 90% das infecções do mundo vêm de 4 países."Seria um erro abandonar a estratégia de contenção", afirmou. Além da China, o a Itália, o Irã e a Coreia do Sul têm as maiores quantidades de casos de Covid-19.

"Quando dizemos que a situação é de pandemia, não estamos dizendo que o mundo deve sair da contenção para a mitigação. Não estamos", ressaltou Tedros.

Ele ainda acrescentou afirmando ser o primeiro coronavírus a ser chamado de pandemia, mas que acreditam que será o primeiro a ser contido ou controlado.

Coronavírus no Brasil

Nesta tarde, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que já era esperada uma declaração de pandemia, e que na prática, não muda nada para o Brasil. Ele ainda criticou novamente a OMS afirmando que órgão demorou para usar essa definição.

"Acho que a OMS demorou para decretar pandemia. Lá atrás, nós já tínhamos decretado emergência sanitária de interesse nacional", disse Mandetta.

No dia 4 de fevereiro foi declarada emergência sanitária no Brasil, antes da confirmação do primeiro caso no país, feita no dia 26.

"Nós já temos casos confirmados dentro do país, temos transmissão local, não temos ainda transmissão sustentada – que pode ser a próxima etapa. E a cada etapa temos medidas adicionais que vão sendo decretadas", acrescentou o ministro da Saúde.

Ainda hoje, o Ministério da Saúde atualizou a situação do coronavírus no Brasil. O país, até o momento, tem 37 casos confirmados, 876 sob investigações e 888 descartados. Foram incluídos os dois casos de Porto Alegre e outros dois do Rio de Janeiro.

Há casos registrados no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Alagoas, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Minas Gerais.