Esta semana um novo laudo, um relatório complementar do Instituto Médico Legal (IML), veio à público e reforçou que o menino Henry Borel, de 4 anos, não foi morto em acidente doméstico – como alegam o padrasto, Dr. Jairinho, e a mãe, Monique Medeiros, ambos presos pelo crime no dia 08/04. O laudo foi publicado pela rede Globo (veja mais detalhes do laudo ao final da reportagem). Um item chama atenção, pois a perícia revela que algumas lesões no rosto, próximos ao nariz e olho, da criança foram provocadas por unhas. O delegado responsável pela investigação, Henrique Damasceno, acredita que o inquérito deve ser concluído nos próximos dias e vai indiciar a dupla por homicídio.

Paralelamente, o Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro deve abrir por unanimidade um processo de cassação contra o vereador Dr. Jairinho.

Isso segundo informações de uma nota publicada pelo presidente do Conselho, Alexandre Isquierdo (DEM):

"O que a gente entende, que eu pude analisar até agora, é que existe muita base, muita prova realmente contra o vereador Jairinho. A tendência é que haja uma representação do Conselho de Ética de forma unânime contra o vereador", escreveu na nota.

A comissão recebeu uma cópia do inquérito do caso, que é sigiloso, esta semana e começou a analisá-lo. Os sete vereadores que compõem o grupo terão 48 horas para ler o documento e se reunirão na segunda (26) para anunciar se o procedimento será ou não instaurado.

Principais pontos do laudo:

• causa da morte foi "hemorragia interna" e "laceração hepática" causada por "ação contundente";
• criança tinha marcas no rosco compatíveis com ferimentos feitos a unha;
• foram descartadas as hipóteses de acidente doméstico ou morte por lesões causadas durante manobra de ressuscitação;
• menino tinha várias lesões que não poderiam ter sido causadas em um único trauma – como a queda da cama alegada por Monique e Jairinho;
• Segundo o hospital, Henry chegou 'mole, pálido, roxo', com 'rigidez na mandíbula' e com temperatura corporal baixa; laudo aponta que ele deu entrada 'já cadáver' na unidade;
• não havia sinais de 'maus-tratos crônicos';
• polícia crê que outras duas lesões foram causadas pela intubação realizada no atendimento médico da criança;
• marcas no antebraço são compatíveis com pressão digital;
• 'evento que conduziu à morte' ocorreu entre 23h30 e 3h30;
• não foi possível determinar a dinâmica das ações que causaram a morte.

(Com informações da Agência Brasil e G1)