sexta-feira, 03 de outubro de 2025
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O consumidor deve se preparar para um novo reajuste no café a partir da próxima semana. A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) informou, em coletiva realizada nesta quarta-feira (24), em São Paulo, que os preços podem subir entre 10% e 15%, reflexo da alta nos custos da matéria-prima.
Segundo o presidente da entidade, Pavel Cardoso, o aumento já vinha sendo negociado com o varejo desde o início do mês, mas só agora deve chegar às gôndolas. “O reajuste não deve ser superior à média do ano”, disse.
O diretor-executivo da Abic, Celírio Inácio da Silva, explicou que o repasse deve ocorrer de forma rápida: “O varejo só foi às compras agora, a partir do dia 15. Acreditamos que, já na virada do mês, o novo preço esteja nas prateleiras”.
Consumo em queda
Os aumentos sucessivos em 2025 afetaram o consumo interno. De janeiro a agosto, as vendas caíram 5,41% em relação ao mesmo período de 2024 — recuo de 10,11 milhões para 9,56 milhões de sacas. O café solúvel foi o produto mais impactado, acumulando alta de até 50,59%.
Ainda assim, a Abic acredita que o ano deve terminar em linha com 2024. “Os números preliminares de setembro indicam uma recuperação no consumo, o que pode trazer boas notícias no fechamento do ano”, avaliou Cardoso.
Tarifas e cenário internacional
A entidade também manifestou preocupação com a política comercial dos Estados Unidos, principal destino do café brasileiro. O produto entrou no pacote de sobretaxas imposto pelo presidente Donald Trump às exportações do Brasil, em meio a tensões políticas ligadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar disso, há expectativa de reversão. Uma ordem executiva publicada em 6 de setembro pode zerar a tarifa, já que os EUA não produzem café em escala. Além disso, a Abic acompanha a possibilidade de um encontro entre Trump e Lula na próxima semana, no qual o setor cafeeiro deve ter destaque nas negociações, ao lado das carnes.
Mercado externo em queda
Enquanto o Brasil se prepara para repassar a alta ao consumidor, o mercado internacional registrou queda. Estudo do Cepea/Esalq/USP aponta que, entre 15 e 22 de setembro, o café arábica tipo 6 caiu 10,2% em São Paulo, e o robusta recuou 11,1%.
Segundo os analistas, a retração foi impulsionada pela expectativa de chuvas mais fortes nas regiões produtoras brasileiras, pela realização de lucros na Bolsa de Nova York e pela possível retirada das tarifas americanas.
Com informações de Jornal Opção.
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