quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Um estudo da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP-FGV) sobre desinformação eleitoral no Brasil revelou que, nos últimos 15 meses, 394.370 postagens foram feitas no Facebook sobre supostas fraudes eleitorais – conteúdo que gerou mais de 11 milhões de interações, representando aproximadamente 247 mil interações de curtidas, comentários ou compartilhamentos diários sobre o tema. A análise de dados ocorreu no período entre novembro de 2020 e janeiro de 2022.
“O dado surpreendente é que essa campanha de desinformação contra o processo eleitoral não arrefeceu, continua muito intensa e é comandada por um mesmo grupo de pessoas e grupos (...) A mobilização vem de palavras de ordem de pessoas públicas, que incitam grupos. É desinformação muitas vezes custeada com dinheiro público, impulsionada com fundo partidário”, explica Marco Ruediger, coordenador da pesquisa e chefe da DAPP-FGV.
A análise ainda verificou que existem 12 contas que são as responsáveis pela maior quantidade de interações nessas postagens no Facebook que falam sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas e sobre voto impresso. Dentre essas 12, a conta que mais concentra essas interações foi a da deputada federal Carla Zambelli (PSL), que apresentou 1.576 publicações e quase 8 milhões de interações.
Em sequência ao perfil da deputada, os outros que dominam o ranking de interações sobre supostas fraudes eleitorais são o da deputada Bia Kicis (PSL-DF), deputado Filipe Barros (PSL-PR), presidente Jair Bolsonaro, Jornal da Cidade online, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), UOL (notícias sobre o tema), deputado Carlos Jordy (PSL-RJ), grupo Bolsonaro 2022, Jovem Pan News, deputada Caroline de Toni (PSL-SC) e grupo Aliança pelo Brasil – presidente Jair Bolsonaro.
Na campanha eleitoral de 2020 dos Estados Unidos, o Facebook começou a acrescentar um rótulo informativo em postagens que tentam “deslegitimar o resultado da eleição ou discutir a legitimidade dos métodos de votação, por exemplo, ao dizer que métodos legais de votação levarão a fraude”, além de ter proibido a compra de anúncios de teor político.
No entanto, no Brasil, a rede social não possui uma política específica para estes casos de publicações que questionam a integridade eleitoral do país. Em 10 de dezembro, o Facebook havia anunciado que iria inserir um rótulo em posts da sua rede e também do Instagram sobre eleições, direcionando o usuário à uma página da Justiça Eleitoral. Porém, de acordo com o mapeamento da FGV, diversos conteúdos que disseminam informações falas sobre o processo eleitoral permanecem circulando sem essas marcações.
(Com informações do Mais Goiás)
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