quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O Brasil poderá registrar, pela primeira vez na história, mais mortes do que nascimentos em um mês. Até então, o mês de março de 2021 foi o que registrou a menor diferença entre estes dois aspectos nos últimos anos, devido ao grande número de óbitos ocorridos pela infecção por Covid-19. Sendo assim, em sequência a este cenário, a possibilidade demonstrada pelos dados preliminares de abril é que este mês atinja a situação inédita de ter mais vidas perdidas que nascimentos.
“No dia 1º de abril até o dia 6 de abril, pela primeira vez na história brasileira, o número de óbitos é maior do que o número de nascimentos. Isso é inédito. Agora, se vai ficar assim ou se vai modificar, a gente vai ter que acompanhar ao longo do mês”, explica José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia.
A previsão realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para este fenômeno era de que ele ocorresse apenas no ano de 2047. Porém, com a pandemia do novo coronavírus, o cruzamento das duas linhas, de nascimento e de morte, foi antecipado.
Os especialistas em demografia explicam, ainda, que os impactos gerados pela pandemia, não somente na saúde, mas também na economia, influenciam nas decisões das famílias no momento de optarem por terem filhos. Como consequência, a taxa de natalidade é reduzida, mas a situação tende a ser temporária.
“Na primeira onda, em torno de junho e julho do ano passado, muitas mulheres e muitos casais, quando viram que o sistema de saúde estava colapsando, com dificuldade... O mercado de trabalho tem 32 milhões de pessoas desempregadas e desalentadas... Então, muitas pessoas decidiram dizer o seguinte: ‘eu vou deixar minha decisão reprodutiva para outro momento’. Eu acho que é uma situação temporária, o número de nascimentos deve se recuperar assim que passar a pandemia”, afirmou José Eustáquio.
(Com informações do G1)
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