quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Brasil 2 X Paraguai 0: pragmatismo de Tite e dualidade de Neymar

POR Giovanni Mascarenhas | 09/06/2021
Brasil 2 X Paraguai 0: pragmatismo de Tite e dualidade de Neymar

Redação Jornal Somos

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O Brasil bateu o Paraguai na noite de terça-feira por 2 x 0 em jogo válido pela oitava rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2022 (apesar de ser apenas o sexto jogo, já que duas partidas foram adiadas em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus).

 

 

A primeira vitória brasileira no Paraguai em 35 anos foi marcada pelo pragmatismo de Tite, que demonstrou ter feito a tarefa de casa com uma excelente leitura da seleção paraguaia e ter um amplo controle tático sobre seu time, e pela dualidade de Neymar, que fez uma partida digna de “melhor do mundo”, mas que demonstra também parte da razão pela qual jamais recebeu a bola de ouro.

 

 

Vamos por parte

 

Primeiramente, Tite fez modificações significativas no time em comparação àquele que entrou em campo contra a Bolívia. As saídas de Gabi (Gabigol) e Paquetá para entradas de Roberto Firmino e Gabriel Jesus fizeram com que Neymar fosse recuado e jogasse “flutuando” entre os volantes (Casemiro e Fred) e os atacantes (Richarlison, Firmino e Gabriel Jesus).

 

 

Essa alteração tática deu a Neymar a liberdade para fazer uma partida para lembrar a todos que é, sim, um dos melhores jogadores do mundo. A criatividade, habilidade, e capacidade de quebrar linhas de marcação atormentaram o Paraguai, que pouco criou no ataque.

 

 

Apesar de uma partida excepcional, Neymar também mostrou que sua busca pelo protagonismo também pode atrapalhar o time. Tentando dribles no meio campo e segurando demais a bola, por vezes o Brasil deixou de usar da velocidade e qualidade coletiva que tem: e o Brasil tem um coletivo muito bom, basta lembrar da conquista da Copa América em 2019, sem a presença de Neymar.

 

 

O aproveitamento de 92,5% com Tite chama a atenção e mostra que o técnico é focado em vencer sempre, mas ser técnico de uma seleção tão grande como a brasileira não é tão simples. Basta uma derrota (como aquela em 2018 para a Bélgica) para que o objetivo não seja alcançado.

 

 

Se as eliminatórias “são a copa que a gente joga antes da copa”, é importante que o Brasil, além de ganhar, se prepare para o desafio verdadeiro. A falta de alternativas táticas se mostrou muito cara ao Brasil em 2018 e, ainda assim, podemos contar nas mãos os minutos nos quais Tite ousou abrir mão do esquema 4-3-3 para adaptar o time a ocasiões diferentes.

 

 

A seleção brasileira e Neymar têm números incríveis, mas mostram que ainda têm muito a evoluir se quiserem erguer o caneco em 2022.

 

Que a Copa América traga novos desafios e tire a seleção pentacampeã e seu maior astro da zona de conforto.

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