sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Brasil

Botulismo: entenda os sintomas da doença que matou duas pessoas na Bahia

POR Ludmilla Menezes | 27/09/2024
Botulismo: entenda os sintomas da doença que matou duas pessoas na Bahia

Imagem: freepik

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Na Bahia foram registrados, seis casos de botulismo desde o início do ano. Segundo a Vigilância Epidemiológica do estado, duas pessoas faleceram, três estão hospitalizadas e uma recebeu alta. De acordo com as autoridades, a principal suspeita é de que a infecção se deu através da ingestão de mortadela contaminada.

 

O botulismo é causado por uma bactéria que produz um tipo de toxina que pode ser encontrada em alimentos contaminados que foram produzidos ou armazenados inadequadamente. Essa substância pode causar o envenenamento em poucas horas, mesmo assim, é considerada uma doença rara e não contagiosa.

 

O microrganismo também pode causar ferimentos na pele. A toxina afeta o sistema motor e, por isso, pode levar a complicações sérias de saúde. É o caso da dificuldade para falar, dificuldade para engolir, fraqueza e fadiga, pneumonia por aspiração e problemas no sistema nervoso em geral. Além disso, ela pode levar à insuficiência respiratória que, geralmente, é a principal causa do óbito por botulismo.

 

Segundo o Ministério da Saúde, todas as formas de botulismo podem levar à morte se não tratadas adequadamente e, por isso, os casos são considerados emergências médicas e de saúde pública.

 

Segundo a pasta, o Ministério da Saúde, os alimentos mais comuns envolvidos na contaminação são:

  • Conservas vegetais (como palmito, picles e pequi);
  • Produtos de origem animal cozidos, curados ou defumados (como salsichas, presunto e “carne de lata”);
  • Pescados defumados, salgados e fermentados;
  • Queijos e pasta de queijos;
  • Alimentos enlatados industrializados (porém, casos relacionados ao consumo desses alimentos são raros, segundo o Ministério da Saúde). Nesse caso, o período de incubação (tempo entre o consumo e o início dos sintomas) pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas.

 

No entanto, existem outras formas de transmissão da bactéria que causa o botulismo. São elas:

  • Botulismo intestinal: esporos contidos em alimentos contaminados podem se multiplicar no intestino, onde ocorre a produção e absorção da toxina. Entre os fatores de risco, em adultos, estão as cirurgias intestinais, doença de Crohn e/ou uso de antibióticos por tempo prolongado. O tempo de incubação não é conhecido;
  • Botulismo por ferimentos: uma das formas mais raras de botulismo é causado pela contaminação de ferimentos pela bactéria. As principais portas de entrada são úlceras crônicas com tecido necrótico, fissuras, esmagamento de membros, ferimentos em áreas profundas mal vascularizadas ou, ainda, ferimentos produzidos por agulhas. O período de incubação varia de 4 a 21 dias, com média de 7 dias;
  • Botulismo infantil: é a forma de ocorrência intestinal mais comum em crianças entre 3 e 26 semanas. A principal causa, segundo a Saúde, é o consumo de mel de abelha nas primeiras semanas de vida. De acordo com a pasta, esta forma da doença pode ser responsável por 5% dos casos de morte súbita em lactentes.

 

Os sintomas mais comuns do botulismo incluem:

  • Dores de cabeça;
  • Vertigem;
  • Tontura;
  • Diarreia ou prisão de ventre;
  • Náuseas e vômitos;
  • Visão turva ou dupla;
  • Dificuldade para respirar;
  • Comprometimento de nervos cranianos;
  • Paralisia da musculatura respiratória, dos braços e das pernas.

 

Os sintomas podem variar de acordo com o tipo de botulismo (alimentar, intestinal ou por ferimentos), podendo apresentar sintomas comuns entre eles ou específicos. Por exemplo, no botulismo por ferimentos, é comum haver febre, mas não são comuns sintomas gastrointestinais (mais frequentes no tipo alimentar e intestinal). Em alguns casos, os sintomas podem ser leves, dificultando o diagnóstico.

 

A doença é identificada por um exame físico, pelo médico e pela análise dos sintomas. Durante a consulta, o profissional poderá pedir exames neurológicos, de imagem e laboratoriais para confirmar o diagnóstico.

 

Com informações Ministério da Saúde e g1

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