quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta segunda-feira (6), por meio de seu Twitter, que os atos programados para o dia 7 de setembro, aniversário da independência do Brasil, aconteçam em “paz e harmonia”, e que a liberdade individual seja respeitada “nesse marcante evento de nossa soberania”.
A postagem do presidente surge com um tom mais ameno em comparação às suas manifestações passadas sobre o assunto, em que ele convocou seus apoiadores para manifestações no dia 7 de setembro.
- O mesmo se aplica a todos os integrantes do Poder Executivo Federal que não estejam de serviço. Que a liberdade individual seja a máxima nesse marcante evento de nossa soberania.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 6, 2021
- Presidente Jair Bolsonaro.
Já nesta terça-feira (7), pouco antes de se iniciar a solenidade pela independência do Brasil, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que o país “não pode continuar refém de uma ou duas pessoas, não interessa onde elas estejam”, se referenciando aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, alvos frequentes de críticas do presidente.
Manifestantes favoráveis ao governo federal se concentram em Brasília desde o final de semana antecedente ao feriado. Na segunda (6) à noite, chegaram a furar o bloqueio da Polícia Militar do Distrito Federal e entraram na Esplanada dos Ministérios. Na manhã dessa terça (7), os apoiadores do presidente permaneceram concentrados no gramado central da Esplanada. Os protestos pedem o voto impresso e criticam o STF. Uma explosão próxima ao Palácio do Itamaraty foi registrada, por volta das 8h35, após uma tentativa de furo de bloqueio.
Manifestações de 7 de setembro em Rio Verde - Goiás
Marco Civil da Internet
Além das manifestações públicas do presidente, outra medida antecedendo o evento de 7 de setembro realizada por ele foi a assinatura, também na segunda-feira (6), da Medida Provisória (MP) que altera o Marco Civil da Internet, lei que regulamenta o uso da web no país desde 2014. A modificação torna obrigatório, às redes sociais, o seguimento de protocolos para a remoção de contas, perfis e conteúdo, incluindo a notificação do usuário, a identificação da medida a ser adotada e a apresentação de motivo para tal, além da comunicação de prazo para contestação.
A MP durará por 60 dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período. Ela perderá seus efeitos se não for aprovada pelo Congresso. A assinatura da medida ocorre em meio à diversas críticas proferidas por Bolsonaro contra as plataformas digitais, após ter várias postagens de sua autoria limitadas ou ocultadas por, conforme explicado pelas redes, “espalhar desinformação médica sobre a Covid-19”.
Manifestações de 7 de setembro em Rio Verde - Goiás
Carta aberta
Uma carta aberta de um grupo de 158 políticos e ativistas de 27 países foi divulgada, nesta segunda (6), fazendo um alerta à “insurreição” e aos riscos à democracia brasileira durante os protestos de 7 de setembro. Para os autores da carta, as manifestações lideradas pelo presidente Bolsonaro possuem o intuito de intimidar instituições, como o STF e o Congresso, aumentando os temores de golpe de Estado.
“Estamos muito preocupados com a iminente ameaça às instituições democráticas brasileiras, e estaremos vigilantes do 7 de Setembro em diante. Os brasileiros lutaram décadas para garantir a democracia ante o regime militar, e não se pode deixar que Bolsonaro roube isso deles agora”, informam no manifesto.
O documento ainda afirma que o presidente brasileiro está ampliando suas ameaças autoritárias diante das várias falas públicas realizadas demonstrando a intenção de impedir as eleições presidenciais de 2022.
Alguns dos líderes políticos que assinaram a carta aberta sobre os riscos das manifestações no Brasil foram José Zapatero (ex-primeiro-ministro da Espanha), os ex-presidentes Ernesto Samper (Colômbia), Fernando Lugo (Paraguai), Martín Torrijos (Panamá) e Rafael Correa (Equador), além de parlamentares de países como Reino Unido, EUA, França, Espanha, México, Alemanha, Argentina, Chile, Austrália, Grécia e Nova Zelândia.
(Com informações do Jornal Opção, do R7, da Folha de S. Paulo, do UOL e da BBC Brasil)
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