quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Nesta quarta-feira (13), após reunião com o presidente da China, Xi Jinping, o presidente Jair Bolsonaro disse que pretende diversificar as relações comerciais com a China. Os presidentes deram uma declaração à imprensa no Palácio do Itamaraty, em Brasília, ambos participarão do encontro da cúpula do Brics, grupos de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Clique aqui para saber sobre o Brics.
Bolsonaro também lembrou o fato de que a China é o principal parceiro comercial do Brasil. “A China é o nosso primeiro parceiro comercial e juntamente com toda a minha equipe, bem como com o empresariado brasileiro, nós queremos mais do que ampliar, diversificar as nossas relações comerciais”, disse.
O ministro da Econômia, Paulo Guedes, anunciou estar negociando uma área de livre comércio entre Brasil e China. “Estamos conversando com a China sobre a possibilidade de criarmos o free trade area também com a China, ao mesmo tempo que falamos em entrar na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)”, disse o ministro.
Guedes ainda disse não se incomodar se caso o fim da taxação provoque um aumento da venda de produtos chineses, o que pode resultar em concorrência desleal aos empresários brasileiros.
“Eu não me incomodo se, em uma situação de superávit [do Brasil hoje] com a China, nós nos equilibrarmos ali à frente, aumentando as exportações em 50% e as importações dobrando ou mesmo triplicando. O que nós queremos é mais integração ainda”, afirmou.
Os governos brasileiro e chinês assinaram atos de cooperação em diversas áreas. Bolsonaro destacou que a China faz parte do futuro do Brasil. “Os acordos assinados, bem como os protocolos de intenção, serão potencializados por nós para o bem dos nossos povos. A China cada vez mais faz parte do futuro do Brasil. Nosso governo vai cada vez mais tratar com devido carinho, respeito e consideração esse gesto do governo chinês”.
O líder chinês em seu discurso, disse ter expectativa de fortalecer a cooperação com o Brasil. Ele ainda disse que os dois países vão trabalhar juntos para garantir o avanço do “navio da amizade China-Brasil”.
"Daqui para frente, a amizade e cooperação sino-brasileira têm um futuro promissor e proeminente, com confiança ainda maior. Vamos trabalhar juntos para garantir que o navio da amizade China-Brasil avance na direção correta, supere todas as dificuldades e chegue com passos firmes a um futuro mais brilhante", declarou.
De acordo com o presidente da China, os dois países intensificarão as relações para "aumentar e melhorar o comércio e investimentos" em áreas como, agricultura, tecnologia e infraestrutura. O Brasil tem um programa de privatizações e os chineses trabalham na criação de uma nova rota da Seda.
"Vamos continuar discutindo alinhamento na Iniciativa do Cinturão e Rota e o PPI (programa de concessões brasileiro). Realizar a cooperação em agricultura, energia e mineração, óleo e gás, eletricidade, infraestrutura, ciência e tecnologia, inovação, economia digital, entre outras áreas", afirmou.
O governo brasileiro assinou nove compromissos com o governo chinês, entre tratados e memorandos. Veja quais são:
Brics
A programação do encontro da cúpula prevê diversas reuniões nesta quarta e quinta-feira (13 e 14). Além do presidente da China, Bolsonaro terá reuniões com outros líderes que vieram ao Brasil para a reunião:
Relação Brasil e China
O encontro de hoje (13), foi o segundo entre os dois presidentes em menos de um mês. Durante sua viagem de duas semanas pela Ásia e Oriente Médio, Bolsonaro este com Xi Jinping na China.
Durante a visita à China, Bolsonaro classificou de país capitalista, embora seja governado desde 1949 pelo partido comunista. O presidente anunciou que pretende isentar chineses e indianos de visto de turismo e negócios.
Ao chegar à China, Bolsonaro disse estar em um país capitalista. O presidente ainda deu um agasalho do Flamengo ao presidente da China.
Na oportunidade, Brasil e China assinaram acordos para intensificar relações comerciais, estimulando, por exemplo, o intercâmbio de estudantes e investimentos no setor energético, além da exportação de produtos como carne bovina termo-processada e farelo de algodão, usado como ração animal.
Com uma política externa afinada com os Estados Unidos e após declarações polêmicas no período eleitoral, como a sugestão de que a China não deveria comprar o Brasil, e Bolsonaro adotou tom mais pragmático nas relações com o país asiático.
A China está a frente dos Estados Unidos, sendo o principal parceiro comercial do Brasil. Bolsonaro diz que procura incentivas investimentos chineses no Brasil nas áreas de infraestrutura e ampliar as exportações de produtos agrícolas.
As empresas chinesas entraram no consórcio com a Petrobras para arrematar um bloco no recente leilão da cessão onerosa.
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