quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Bolsonaro e presidente China se reuniram nesta quarta-feira (13)

POR Jornal Somos | 13/11/2019
Bolsonaro e presidente China se reuniram nesta quarta-feira (13)

Redação Jornal Somos

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Nesta quarta-feira (13), após reunião com o presidente da China, Xi Jinping, o presidente Jair Bolsonaro disse que pretende diversificar as relações comerciais com a China. Os presidentes deram uma declaração à imprensa no Palácio do Itamaraty, em Brasília, ambos participarão do encontro da cúpula do Brics, grupos de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Clique aqui para saber sobre o Brics.

 

Bolsonaro também lembrou o fato de que a China é o principal parceiro comercial do Brasil. “A China é o nosso primeiro parceiro comercial e juntamente com toda a minha equipe, bem como com o empresariado brasileiro, nós queremos mais do que ampliar, diversificar as nossas relações comerciais”, disse.

 

 O ministro da Econômia, Paulo Guedes, anunciou estar negociando uma área de livre comércio entre Brasil e China. “Estamos conversando com a China sobre a possibilidade de criarmos o free trade area também com a China, ao mesmo tempo que falamos em entrar na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)”, disse o ministro.

 

Guedes ainda disse não se incomodar se caso  o fim da taxação provoque um aumento da venda de produtos chineses, o que pode resultar em concorrência desleal aos empresários brasileiros. 

 

“Eu não me incomodo se, em uma situação de superávit [do Brasil hoje] com a China, nós nos equilibrarmos ali à frente, aumentando as exportações em 50% e as importações dobrando ou mesmo triplicando. O que nós queremos é mais integração ainda”, afirmou.

  

Os governos brasileiro e chinês assinaram atos de cooperação em diversas áreas. Bolsonaro destacou que a China faz parte do futuro do Brasil. “Os acordos assinados, bem como os protocolos de intenção, serão potencializados por nós para o bem dos nossos povos. A China cada vez mais faz parte do futuro do Brasil. Nosso governo vai cada vez mais tratar com devido carinho, respeito e consideração esse gesto do governo chinês”.

 

O líder chinês em seu discurso, disse ter expectativa de fortalecer a cooperação com o Brasil. Ele ainda disse que os dois países vão trabalhar juntos para garantir o avanço do “navio da amizade China-Brasil”.

 

"Daqui para frente, a amizade e cooperação sino-brasileira têm um futuro promissor e proeminente, com confiança ainda maior. Vamos trabalhar juntos para garantir que o navio da amizade China-Brasil avance na direção correta, supere todas as dificuldades e chegue com passos firmes a um futuro mais brilhante", declarou.

 

De acordo com o presidente da China, os dois países intensificarão as relações para "aumentar e melhorar o comércio e investimentos" em áreas como, agricultura, tecnologia e infraestrutura. O Brasil tem um programa de privatizações e os chineses trabalham na criação de uma nova rota da Seda.

 

"Vamos continuar discutindo alinhamento na Iniciativa do Cinturão e Rota e o PPI (programa de concessões brasileiro). Realizar a cooperação em agricultura, energia e mineração, óleo e gás, eletricidade, infraestrutura, ciência e tecnologia, inovação, economia digital, entre outras áreas", afirmou.

O governo brasileiro assinou nove compromissos com o governo chinês, entre tratados e memorandos. Veja quais são:

 

  • Justiça: tratado prevê a possibilidade de que brasileiros condenados na China cumpram pena estabelecida pelo judiciário chinês no Brasil. O mesmo valeria para chineses condenados pela justiça brasileira. Eles poderiam cumprir a pena no país natal. O tratado, no entanto, condiciona a efetividade do acordo ao cumprimento de requisitos não especificados.

 

  • Transportes: memorando permite o compartilhamento de informações relacionadas a políticas públicas e desenvolvimento da área, incluindo infraestrutura de transportes, segurança dos usuários entre outros temas.

 

  • Frutas: protocolo anunciado fixa requisitos para a exportação de pêras frescas da China para o Brasil e de melões do Brasil para a China. Segundo o Itamaraty, este é o primeiro protocolo firmado pela China sobre frutas. O objetivo é evitar pestes e pragas endêmicas do país que exporta a fruta.

 

  • Comércio e serviços: memorando para “fortalecer e diversificar ações de cooperação” no setor. O documento divulgado não diz quais serviços serão alvo dessa cooperação, mas aponta a necessidade de “encorajar o investimento do setor privado” para melhorar o bem estar dos cidadãos.

 

  • Investimentos: o ato estabelece uma plataforma para fomentar a ampliação dos investimentos e a geração de empregos. A China é uma das principais investidoras diretas no Brasil, principalmente em áreas de energia e infraestrutura logística.

 

  • Cultura: memorando entre o Ministério da Cidadania e a estatal China Media Group buscará promover o intercâmbio cultural e audiovisual (cinema e TV). O acordo prevê troca de filmes, programas de TV e promoção de festivais de cinema para a divulgação dos produtos. Os países vão conversar, ainda, sobre a criação de um canal de TV a cabo exclusivo para programas e filmes sino-brasileiros.

 

Brics

A programação do encontro da cúpula prevê diversas reuniões nesta quarta e quinta-feira (13 e 14). Além do presidente da China, Bolsonaro terá reuniões com outros líderes que vieram ao Brasil para a reunião:

  • Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, nesta quarta;
  • Vladimir Putin, presidente da Rússia, na quinta;
  • Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, na quinta.

 

Relação Brasil e China

O encontro de hoje (13), foi o segundo entre os dois presidentes em menos de um mês. Durante sua viagem de duas semanas pela Ásia e Oriente Médio, Bolsonaro este com Xi Jinping na China.

 

Durante a visita à China, Bolsonaro classificou de país capitalista, embora seja governado desde 1949 pelo partido comunista. O presidente anunciou que pretende isentar chineses e indianos de visto de turismo e negócios.

 

Ao chegar à China, Bolsonaro disse estar em um país capitalista. O presidente ainda deu um agasalho do Flamengo ao presidente da China.

 

Na oportunidade, Brasil e China assinaram acordos para intensificar relações comerciais, estimulando, por exemplo, o intercâmbio de estudantes e investimentos no setor energético, além da exportação de produtos como carne bovina termo-processada e farelo de algodão, usado como ração animal.

 

Com uma política externa afinada com os Estados Unidos e após declarações polêmicas no período eleitoral, como a sugestão de que a China não deveria comprar o Brasil, e Bolsonaro adotou tom mais pragmático nas relações com o país asiático.

 

A China está a frente dos Estados Unidos, sendo o principal parceiro comercial do Brasil. Bolsonaro diz que procura incentivas investimentos chineses no Brasil nas áreas de infraestrutura e ampliar as exportações de produtos agrícolas.

 

As empresas chinesas entraram no consórcio com a Petrobras para arrematar um bloco no recente leilão da cessão onerosa.

 

 

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