quinta-feira, 18 de abril de 2024

Brasil

Bolsonaro diz que ataque dos EUA irá impactar o preço dos combustíveis

POR Jornal Somos | 03/01/2020
Bolsonaro diz que ataque dos EUA irá impactar o preço dos combustíveis

ADRIANO MACHADO / REUTERS

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Nesta sexta-feira (03), os contratos futuros do petróleo operam em forte alta, chegado a quase US$ 70 dólares o barril hoje. O ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá matou um dos principais chefes militares do Irã, o que provocou preocupações sobre a escalada das tensões regionais e a interrupção do fornecimento de petróleo.

 

 

Apenas uma hora após a divulgação da morte do general iraniano Qassem Soleimani, os preços do petróleo no mercado internacional já haviam aumentado 4%, chegando a US$ 69,2 na abertura. Leia também http://jornalsomos.com.br/mundo/detalhe/estado-unidos-bombardeia-chefe-militar-mais-poderoso-do-ira

 

 

O petróleo Brent, por volta das 12h (horário de Brasília), subia 3,80%, a US$ 68,77 por barril. Já o petróleo dos EUA avançava 2,29%, a US$ 63,47 por barril, segundo a Bloomberg.

 

 

"Esperamos que confrontos de nível moderado a baixo durem pelo menos um mês e provavelmente fiquem limitados ao Iraque", disse Henry Rome, analista do Irã na Eurasia.

 

 

O Iraque, o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), exporta cerca de 3,4 milhões de barris de petróleo bruto por dia.

 

Ainda hoje (03), o presidente Jair Bolsonaro, disse que esse ataque deve impactar os preços dos combustíveis no Brasil. O presidente descartou a possibilidade de tabelar o preço produto para controlar impactos, e disse que irá discutir o assunto com a equipe econômica e com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.

 

 

O ataque norte-americano nas proximidades do Aeroporto de Bagdá pode acirrar o clima de tensão e provocar reflexos em todo o mundo. “Tive algumas informações [sobre o ataque] nessa madrugada, e vou me encontrar com o Heleno [do GSI] para me inteirar sobre o que aconteceu para, depois, emitir juízo de valor”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio do Alvorada.

 

 

Apesar de admitir a preocupação com reflexos da crise internacional sobre a economia do país, o governo não pretende intervir em políticas de preços como o tabelamento. “Que vai impactar, vai. Agora vamos ver nosso limite aqui, porque já está alto, e se subir mais, complica. Mas não posso tabelar nada. Já fizemos esse tipo de política de tabelamento antes e não deu certo. Vou agora conversar com quem entende do assunto”, completou. Bolsonaro tentou contato com o presidente da Petrobras, Roberto da Cunha Castello Branco, mas eles ainda não conseguiram conversar sobre o assunto.

 

 

Bolsonaro voltou a defender a quebra do monopólio da Petrobras com alternativa para baratear os combustíveis. “Temos de quebrar o monopólio [para evitar a alta dos combustíveis]. A distribuição é ainda o que mais pesa no preço, e depois o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é um imposto estadual”. O presidente ainda acrescentou ressaltando que, por o ICMS incidir sobre bases de preços maiores, o aumento do preço acaba agradando governadores, uma vez que aumenta também as receitas.

 

 

O presidente brasileiro afirmou que o Brasil já chegou ao limite no que se refere à cobrança de impostos.  “Não dá para aumentar mais imposto no Brasil. Ponto final. No ano passado pagamos por dia mais de R$1 bilhão em juros. Foram R$ 400 bilhões por ano. A Europa foi reconstruída, pós 2ª guerra mundial, um montante desse. Então, por ano, pagamos uma reconstrução da Europa”, disse. Ele ainda lembrou que a queda da taxa básica de juros (Selic) para 4,5% ao ano resultou em uma economia de R$ 110 bilhões no corrente ano.

 

 

No próximo mês, Jair Bolsonaro viaja para os Estados Unidos para visitar empresários militares do setor energético, que estão interessados em apresentar ao presidente uma tecnologia de transmissão de energia elétrica sem meio físico (linhas de transmissão).

 

 

“Se isso for real, de acordo com a distância vamos resolver o problema de energia elétrica de Roraima, passando por cima da floresta. Estamos há sete anos tentando fazer o Linhão de Tucuruí e não conseguimos. Em consequência pagamos mais de R$ 1 bilhão em subsídios, porque não pode passar a linha de transmissão costeando uma reserva indígena. Isso é o Brasil”, disse o presidente.

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