sábado, 23 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O presidente Jair Bolsonaro voltou a participar de manifestações antidemocráticas e inconstitucionais contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional em Brasília, neste domingo (3), onde ocorreram, inclusive, agressões físicas e verbais à imprensa realizadas por manifestantes.
Em discurso aos participantes, Bolsonaro, em tom de desafio aos demais poderes, afirmou que “pede a Deus para não ter problemas esta semana”, pois a situação chegou ao limite. Não foi esclarecido o que essa fala significa. Pedidos como os realizados no protesto, para o fechamento do STF e do Congresso, são ilegais e inconstitucionais, pois estes entes são pilares do sistema democrático e atentar contra eles é apologia contra a democracia.
O presidente foi até o Palácio do Planalto acompanhado de sua filha Laura, onde manifestantes se encontravam aglomerados, sem usar máscara, e realizou uma transmissão ao vivo em rede social. No domingo, o Brasil registrou a marca de cem mil casos da doença e mais de 7 mil mortes, ultrapassando países como China e Irã.
“Sabemos hoje dos efeitos do vírus, mas infelizmente muitos serão infectados, infelizmente, muitos perderam suas vidas também, mas é uma realidade que teremos que enfrentar”, disse Bolsonaro em discurso.
Apesar de não citar diretamente a decisão do ministro Alexandre de Moraes do STF, que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal (PF), o presidente afirmou que não admitirá mais interferências. A manifestação também contou com protestos contra o ex-ministro Sergio Moro.
“Nós queremos o melhor pro nosso país, queremos a independência verdadeira dos Três Poderes e não apenas na letra da Constituição. Não queremos isso. Interferência não vamos admitir mais interferência, acabou a paciência vamos levar esse país pra frente”, informou.
A decisão do ministro de Moraes utilizou como argumento uma análise prévia de provas que indicariam que a nomeação de Ramagem representava um desvio de finalidade, com o objetivo de efetuar interferência política em investigações da PF.
“Vocês sabem que o povo está conosco, as Forças Armadas – ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade – também estão ao nosso lado, e Deus acima de tudo. Vamos tocar o barco. Peço a Deus que não tenhamos problemas nessa semana. Porque chegamos no limite, não tem mais conversa. Tá ok? Daqui pra frente não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla-mão. Não é de uma mão de um lado só não. Amanhã nomeamos novo diretor da PF”, disse o presidente.
Os jornalistas que cobriam o protesto foram hostilizados pelos apoiadores de Bolsonaro, que gritaram ameaças e xingamentos. Na ocasião, um fotógrafo do jornal ‘O Estado de S.Paulo’ e mais dois profissionais foram agredidos fisicamente pelos manifestantes, com chutes e murros, e precisaram ser escoltados pela polícia.
O jornal ‘O Estado de S.Paulo’ se manifestou sobre as agressões por meio da seguinte nota: “A diretoria e os jornalistas de o Estado de S. Paulo repudiam veementemente os atos de violência cometidos hoje contra sua equipe de jornalistas durante uma manifestação diante do Palácio do Planalto em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Trata-se de uma agressão covarde contra o jornal, a imprensa e a democracia. A violência, mesmo vinda da copa e dos porões do poder, nunca nos intimidou. Apenas nos incentiva a prosseguir com as denúncias dos atos de um governo que, eleito em processo democrático, menos de um ano e meio depois dá todos os sinais de que se desvia para o arbítrio e a violência. Dada a natureza dos acontecimentos deste domingo, esperamos que a apuração penal e civil das agressões seja conduzida por agentes públicos independentes, não vinculados às autoridades federais que, pela ação e pela omissão, se acumpliciam com o processo em curso de sabotagem do regime democrático”.
A Associação Nacional de Jornais também se manifestou sobre o ocorrido em nota: “A ANJ condena veementemente as agressões sofridas por jornalistas e pelo motorista do jornal 'O Estado de S.Paulo' quando cobriam os atos realizados neste domingo em Brasília. Além de atentarem de maneira covarde contra a integridade física daqueles que exerciam sua atividade profissional, os agressores atacaram frontalmente a própria liberdade de imprensa. Atentar contra o livre exercício da atividade jornalística é ferir também o direito dos cidadãos de serem livremente informados. A ANJ espera que as autoridades responsáveis identifiquem os agressores, que eles sejam levados à justiça e punidos na forma da lei”.
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De acordo com a presidente da equipe, Kenia Leite, o objetivo é figurar entre as 5 melhores equipes da competição.