quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
A relação de Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, com o atual presidente, Jair Bolsonaro, começou em 2017, quando o presidente ainda era deputado e Bebianno se ofereceu para atuar em processos judiciais para Bolsonaro de graça.
Bebianno ganhou a confiança de Bolsonaro, tanto que dirigiu o partido durante a eleição e foi um dos primeiros ministros a ser nomeado. Foi uma das figuras mais próximas do presidente durante a campanha e atuou como um dos conselheiros do então candidato durante a disputa.
Agora Bebianno pode sair do governo. Sua saída será confirmada ainda hoje (18), marcando a primeira crise política da gestão Bolsonaro. O ministro é o principal nome envolvido na suspeita de que o PSL, partido do presidente, tenha feito o uso de “laranja” nas eleições de 2018 para desviar verbas públicas.
Em 10 de fevereiro, uma reportagem da Folha de São Paulo apontava o repasse de R$ 400 mil do fundo partidário do PSL para suposta candidata “laranja” durante as eleições. Como presidente do partido, Gustavo Bebianno seria o responsável pelos repasses a candidatos.
Dias depois da publicação da reportagem, o vice-presidente Hamilton Mourão, disse que apesar de o presidente pertencer ao PSL, as candidaturas suspeitas não tinham relação com ele, sendo estritamente um problema do partido.
Nesta mesma data, Bebianno afirmou não haver crise no governo, e disse ter falado por telefone com o presidente durante sua internação em São Paulo. “Não existe crise nenhuma. Só hoje falei três vezes com o presidente”, garantiu Bebianno ao jornal O Globo.
No dia seguinte, o vereador e filho do presidente, Carlos Bolsonaro, disse ter passado o dia anterior inteiro com seu pai, podendo garantir que a afirmação de Bebianno era uma “mentira absoluta”, e que o ministro não havia se comunicado com o seu pai.
Portanto o ministro e o presidente não haviam tratado o assunto como informado. Carlos divulgou ainda uma gravação na qual o presidente falava ao telefone com Bebianno dizendo não poder falar com o ministro nada além do “estritamente essencial”. A gravação só mostra essa parte do diálogo.
Depois disso, Bebianno divulgou nota explicando não ser o responsável pela escolha de candidatos de Pernambuco que receberam dinheiro do partido em 2018. No dia seguinte o presidente e o ministro se encontraram reservadamente, e representantes do governo disseram que a situação de Bebianno era insustentável.
Ontem (17), interlocutores próximos ao ministro disseram que ele havia feito o seguinte desabafo: “Preciso pedir desculpas ao Brasil por ter viabilizado a candidatura de Bolsonaro. Nunca imaginei que ele seria um presidente tão fraco”. Além disso, Bebianno teria dito ainda que o presidente é “uma pessoa louca” e um perigo para o Brasil.
Sobre as supostas candidaturas laranjas, Bebianno criticou a Folha pelas reportagens e enfatizou que “isso não existe”. Segundo ele o jornal teria errado ao envolve-lo no episódio.
Troca de Partido
O jornal Estado de São Paulo informa que os filhos de Bolsonaro pretendem deixar o PSL e passar a integrar a União Democrática Nacional (UDN), legenda em fase final de criação. O objetivo da família é evitar um desgaste político. O dirigente da UDN, Marcos Alves, disse que a ideia de criação da legenda é ter o maior partido de direita do Brasil.
Outros veículos de comunicação disseram que Bolsonaro pretende substituir Bebianno pelo General Floriano Peixoto.
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