terça-feira, 30 de dezembro de 2025
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Engravidar utilizando um método contraceptivo é considerado raro — especialmente no caso do DIU (Dispositivo Intrauterino), um dos métodos mais eficazes disponíveis. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o risco de gravidez é de apenas 0,2% com o DIU hormonal e de 0,7% com o DIU de cobre. Ainda assim, nenhum método é totalmente infalível.
Foi o que aconteceu com a enfermeira Andressa Fortes Knoner Trigo, moradora de Toledo, no Paraná. Quase um ano após a colocação de um DIU de cobre, ela descobriu que estava grávida. Segundo Andressa, o ciclo menstrual seguia normalmente, mas um pequeno sangramento rosado antes da menstruação chamou sua atenção. Inicialmente, ela acreditou se tratar de algo sem importância.
A suspeita aumentou após uma conversa com uma médica no trabalho, que levantou a hipótese de gravidez e explicou que o sangramento poderia ser a nidação — processo em que o embrião se fixa na parede do útero. Mesmo assim, Andressa descartou a possibilidade, já que utilizava o DIU. Com o atraso de três dias na menstruação, decidiu realizar um teste de gravidez. O resultado positivo surgiu em poucos segundos.
A confirmação causou surpresa e apreensão. Segundo ela, a gravidez não estava nos planos e o primeiro sentimento foi de desespero, acompanhado de questionamentos sobre a falha do método contraceptivo. Com o passar dos dias, no entanto, a enfermeira passou a aceitar a gestação e começou a planejar a chegada do bebê, compartilhando a novidade com a família.
No primeiro exame de ultrassom, veio outra surpresa: o DIU estava corretamente posicionado no útero. Após diálogo com a obstetra, Andressa e o marido avaliaram os riscos e decidiram não retirar o dispositivo durante a gravidez. A gestação transcorreu de forma tranquila, com acompanhamento médico rigoroso.
Já na reta final, com 38 semanas, Andressa foi diagnosticada com diabetes gestacional. O controle foi feito por meio de alimentação adequada, exercícios físicos e monitoramento constante da glicemia, sem necessidade de uso de insulina. Também houve elevação da pressão arterial, o que exigiu atenção redobrada.
Ao completar 40 semanas, diante dos riscos associados à diabetes e à hipertensão, foi decidido o planejamento do parto. Como era um desejo da gestante, a equipe médica optou pela indução para possibilitar o parto normal.
A internação ocorreu em 29 de outubro e, após horas de contrações intensas, a bebê Cecília nasceu às 7h41 da manhã do dia 30 de outubro, cerca de 19 horas após o início da indução. O parto, segundo a mãe, foi marcante e emocionante.
O caso chamou atenção da equipe médica porque o DIU foi encontrado colado à placenta após o nascimento. As imagens do dispositivo junto à placenta impressionaram e se tornaram um registro simbólico da história. Para a família, o episódio é lembrado como algo único e inesquecível.
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