A baixa cobertura vacinal pode estar contribuindo para o aumento de casos de tuberculose em crianças em Goiás, de acordo com um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) através do Programa Estadual de Controle da Tuberculose.

O crescimento nos registros foi observado principalmente em crianças de 0 a 10 anos, especialmente na faixa etária coberta pela vacina BCG (0 a 4 anos), que teve um aumento de quatro casos em 2020 para 14 em 2022. Até julho deste ano, já foram registrados seis casos.

A vacina BCG, que protege contra formas graves da doença em crianças, tem visto uma queda gradual na cobertura vacinal, com índices abaixo das metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Em 2018, a cobertura era de 93,6% em Goiás, mas caiu para 79,6% no ano passado.

O coordenador do programa, Emílio Alves Miranda, enfatiza que o Brasil tem uma alta carga de tuberculose, o que coloca crianças não vacinadas em risco de contrair a doença. Além das baixas coberturas vacinais, a subnotificação durante a pandemia de Covid-19 também pode ter impactado os números.

O surgimento de novos casos de tuberculose em crianças indica a presença de casos não tratados em adultos, alertando para a importância da vacinação como principal medida preventiva contra a doença. O diagnóstico da tuberculose em crianças é complexo, e os sintomas incluem tosse persistente, perda de peso, febre e sudorese noturna.

O tratamento da tuberculose envolve o uso de antibióticos por pelo menos seis meses, e os familiares de pacientes também devem ser avaliados para prevenir novos casos. A SES capacita os serviços de saúde dos municípios para identificar, tratar e acompanhar pacientes com tuberculose, além de prevenir a disseminação da doença.