sexta-feira, 26 de abril de 2024

Auxílio Brasil utiliza dados do Censo de 2010 que não abrangem parte do público-alvo do benefício

POR Ana Carolina Morais | 25/11/2021
Auxílio Brasil utiliza dados do Censo de 2010 que não abrangem parte do público-alvo do benefício

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família, está utilizando dados desatualizados sobre a pobreza no país. O Ministério da Cidadania confirmou, ao portal UOL, que “a base de dados utilizada pelo Auxílio Brasil é o Censo de 2010”. As informações da época contabilizavam 13,8 milhões de pessoas elegíveis ao benefício. Porém, atualmente, de acordo com o Cadastro Único (CadÚnico) atualizado no mês de setembro, existem ao menos 18 milhões de famílias pobres e extremamente pobres, que se encaixam nos critérios da assistência.

 

 

Em novembro, o programa atendeu a 14,5 milhões de famílias brasileiras. Considerando o número apresentado pelo CadÚnico, isso significa que o benefício iniciou no país já com uma fila de espera de aproximadamente 3,5 milhões de pessoas. Devido a pandemia de Covid-19, o novo Censo, que deveria ter sido realizado no ano de 2020, foi adiado para 2021. Entretanto, por falta de verba, a medida foi novamente adiada.

 

 

A pasta foi questionada sobre não utilizar dados mais recentes e, em resposta, afirmou que em 2022 "está prevista a atualização dessas informações, dada a necessidade de atender com mais eficiência as famílias em situação de vulnerabilidade, garantindo a oferta de condições e oportunidades para a melhora da qualidade de vida desses cidadãos”.

 

 

Segundo o professor e pesquisador na área de economia social da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), Cícero Péricles de Carvalho, novos programas devem se preocupar em possuírem dados atualizados, e no atual caso, diante da ausência de uma estimativa real, poderiam ser utilizadas as informações do CadÚnico, uma vez que as prefeituras o mantêm atualizado.

 

 

“O programa Auxílio Brasil é provisório e já nasce defasado. Lembremos que o Censo deveria ter sido organizado em 2019 e realizado no ano passado. Em todo caso, o cadastro é muito bem feito, municipalizado e atualizado sempre”, explica Cícero.

 

 

(Com informações do UOL)

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