quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 retomou os trabalhos investigativos no Senado Federal no último dia 3. Esse novo período deverá ser utilizado pelos senadores inicialmente, para investigar negociações irregulares, com supostos casos de corrupção e pedido de propina na compra de vacinas.
Na semana passada, o primeiro a ser ouvido foi o Reverendo Amilton Gomes de Paula, fundador da ONG Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários) apontado como intermediador da negociação irregular de doses (400 milhões!), da vacina Astra Zêneca, entre a empresa Davati Medical Supply e o Ministério da Saúde. O caso envolve outros nomes que já foram ouvidos anteriormente pela CPI como: Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde e o policial militar Luiz Paulo Dominghetti. O Reverendo chegou a admitir culpa nas supostas irregularidades das negociações.
No dia 4 foi a vez do “Coronel Blanco” depor. Citado diversas vezes durante as investigações da CPI o ex-assessor do Ministério da Saúde Marcelo Blanco da Costa, foi apontado por envolvimento no mesmo caso do Reverendo Amilton. Na quinta-feira dia 5, depôs o ex-assessor do Ministério da Saúde, braço direito do então ministro Pazuello, o empresário Airton Soligo, conhecido como “Cascavel”. Soligo foi questionado sobre diversos casos de compras de vacinas. O empresário assegurou ter sido o responsável por pacificar a relação entre o Instituto Butatan, produtor da Coronavac no estado de SP e o Governo Federal.
Nesta semana, os depoimentos começaram com o presidente do Instituto Força Brasil, Helcio Bruno de Almeida. O nome entrou na lista após representantes da Davati Medical Supply mencionarem Helcio como intermediador de um encontro entre eles e o então secretário executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco. O Instituto Força Brasil é mantenedor de uma série de redes sociais que, segundo foi alegado pelo senador Randolfe Rodrigues, propaga constantemente notícias falsas e campanhas contra uso de máscaras, contra vacinas e contra medidas de enfrentamento à pandemia. Na quarta-feira (11) foi ouvido o presidente da Vitamedic Indústria Farmacêutica, Jailton Batista. Ele falou sobre a venda de medicamentos incorporados no chamado Kit Covid, medicamentos estes que não possuem eficácia comprovada contra a doença, mas foram amplamente difundidos à sociedade como tratamento. Em documento levantado pela CPI, a farmacêutica, revela ter aumentado a produção de Ivermectina em quase 3 mil por cento entre 2019 e 2020, sem falar do aumento estrondoso do lucro da empresa que quase triplicou o preço do medicamento.
Os depoimentos dessa semana se encerraram ontem (12) com a presença do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR). Segundo declarações dos irmãos Miranda, seu envolvimento nas irregularidades no caso da compra da vacina Covaxin foi apontado pelo próprio presidente Bolsonaro.
Bem, esse depoimento de Barros foi extremamente tumultuado. Ele irritou os senadores ao dizer, entre outras coisas, que as atividades da CPI estão atrapalhando a aquisição de vacinas pelo Brasil. Após ser suspensa duas vezes, a sessão foi encerrada e a pedido do senador Alessandro Vieira (CIDADANIA-SE), Barros voltará a depor, agora como convocado e não mais como convidado. Na condição de convocado o depoente fica obrigado a comparecer e a falar a verdade sob risco de cometer crime de falso testemunho.
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