quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil

Apicultores temem novo extermínio de abelhas

POR Jornal Somos | 24/08/2019
Apicultores temem novo extermínio de abelhas

Redação Jornal Somos

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O número de abelhas mortas desde o final do ano passado assusta, foram mais de 500 milhões em três meses, apicultores se preparam para uma realidade ainda pior esse ano.

O motivo é que, além dos agrotóxicos que já causam mortandade segundo vários estudos, o governo Jair Bolsonaro aprovou seis produtos à base de Sulfoxaflor, ingrediente ativo que causa polêmica nos EUA e na Europa devido ao potencial risco às abelhas.

“Estamos ainda mais preocupados agora com a aprovação de tantos pesticidas neste ano”, conta Professora aposentada de química na Universidade Federal de Goiás (UFG) e presidente e sócio-fundadora da Associação dos Apicultores do Estado de Goiás (Apigoiás), Maria José Almeida. “No Centro Oeste, mais mortes ocorrem na época da dessecação da soja, que começa agora. Aplicam venenos altamente tóxicos para as abelhas, e o resultado são apiários inteiros mortos. No último ano chegamos a pegar pelo estado entre 60 e 80 caixas com todas as abelhas mortas”. Cada caixa pode abrigar entre 30 mil e 100 mil abelhas. “Na nossa região são muitas as causas de morte de abelhas. A associação foi criada em 1980, e sempre foi algo comum termos casos onde morrem um enxame ou outro, mas nunca na proporção que vem ocorrendo nos últimos anos”, diz.

Tanto o Sulfoxaflor quanto pesticidas neonicotinóides funcionam atingindo o sistema nervoso central dos insetos. A professora da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB), Cristina Schetino explica que, no caso dos neonicotinóides, o efeito nas abelhas ocorre alterando a capacidade de aprendizagem e memória. Algumas inclusive não conseguem encontrar o caminho de volta para a colmeia.

Para evitar o impacto do produto nas abelhas, o Ibama impôs algumas regras. Entre elas, a restrição de aplicação em períodos de floração das culturas, o estabelecimento de dosagens máximas do produto e de distâncias mínimas de aplicação para a proteção de abelhas não-apis (sem ferrão funcional). Essas restrições constarão na rotulagem dos produtos e são estabelecidas de acordo com cada ingrediente e cultura.

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