quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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Anvisa adota risco de morte como único critério para classificar agrotóxicos

POR Jornal Somos | 24/07/2019
Anvisa adota risco de morte como único critério para classificar agrotóxicos

Redação Jornal Somos

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma resolução que estabelece novas normas para a classificação de agrotóxicos. A principal mudança diz respeito aos critérios que levam um produto a ser listado como “extremamente tóxico”, o nível mais rígido de categorização.

 

De acordo com as regras aprovadas por unanimidade, serão classificados desta forma apenas os agrotóxicos que trazem risco de morte caso sejam ingeridos, inalados ou entrem em contato com a pele. Segundo as normas em vigor atualmente, definidas em 1992, um produto que provoque grave irritação ao entrar em contato com os olhos, por exemplo, pode ser enquadrado na categoria de risco mais elevado. A resolução foi aprovada com o apoio dos quatro diretores da Anvisa, em uma reunião na manhã desta terça-feira.

 

De acordo com a Anvisa, a mudança é benéfica porque leva o Brasil a seguir regras internacionais de classificação de agrotóxicos. O padrão adotado é o GHS (Globally Harmonized System of Classification and Labelling), usado na Europa — a Alemanha é considerada referência no tema. A agência afirma ainda que a resolução é mais rígida ao estabelecer os níveis de concentração necessários para que as substâncias sejam consideradas extremamente tóxicas.

 

Haverá mudanças também na maneira de apresentar as informações nos rótulos das embalagens, e os fabricantes terão um ano para se adaptar. A proibição do registro de um produto mais tóxico na comparação com os já existentes e o registro de substâncias comprovadamente cancerígenas ou capazes de provocar mutações em células permanecem da mesma forma, pois são estabelecidas por lei.

 

A nova classificação traz cinco faixas de risco, em substituição às quatro atuais, além de uma categoria não classificada, por ser de baixa toxicidade: extremamente tóxico; altamente tóxico; moderadamente tóxico; pouco tóxico; e produto improvável de causar dano agudo.

 

Os rótulos vão apresentar cores diversas para as diferentes categorias, acrescentando textos explicitando os riscos para a pele, olhos e caso o produto seja inalado ou ingerido. O símbolo da caveira será mantido, mas com uma mudança: hoje é usado em todas as embalagens e passará a ser utilizado apenas nas embalagens de substâncias extremamente tóxicas, altamente tóxicas e moderadamente tóxicas.

 

A resolução também possibilita que os testes em animais sejam dispensados quando haja estudos alternativos capazes de fornecer informações suficientes para a definição sobre o nível de toxicidade das substâncias.

 

A Anvisa reconhece que as alterações farão com que o número de agrotóxicos classificados com risco máximo caia, mas afirma que a separação da análise do risco de mortalidade (verificados em um primeiro momento) dos possíveis danos para olhos e pele vai melhorar a comunicação dos riscos envolvidos no uso das substâncias. Outro ponto defendido é a equiparação ao marco regulatório usado por dezenas de países — dados de 2017 mostram que o GHS é integralmente usado em 53 países. Até agora, 1.981 pesticidas já foram reavaliados, e a Anvisa disse que em breve vai informar as novas faixas em que foram classificados.

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